ATA DA CENTÉSIMA DÉCIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 26-11-2008.

 


Aos vinte e seis dias do mês de novembro do ano de dois mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Elias Vidal, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Nereu D'Avila, Nilo Santos e Sofia Cavedon. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Haroldo de Souza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 254/08 (Processo nº 6253/08); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 258/08 (Processo nº 6346/08); pelo Vereador Sebastião Melo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 265/08 (Processo nº 6490/08). Na ocasião, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: de nº 134/08, de autoria do Vereador Beto Moesch, ontem, na solenidade de abertura do IX Seminário Internacional sobre Agroecologia e X Seminário Estadual sobre Agroecologia, no Auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, às nove horas, em Porto Alegre; de nº 067/08, de autoria do Vereador Carlos Comassetto, do dia vinte e cinco ao dia vinte e sete de novembro do corrente, em audiências com os Senhores Eliezer Moreira Pacheco, Secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério de Educação, Luiz Carlos Bueno de Lima, Secretário Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, e Cezar Alvarez, Assessor do Gabinete da Presidência da República, em Brasília – DF. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Dr. Goulart, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia de ontem ao dia dois de dezembro do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Márcio Bins Ely, do dia de hoje ao dia dois de dezembro do corrente, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Na ocasião, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Nereu D’Avila, Líder da Bancada do PDT, informando o impedimento do Suplente Mario Fraga em assumir a vereança do dia de hoje ao dia dois de dezembro do corrente, em substituição ao Vereador Dr. Goulart. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 1247022 e 1250689/08, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, nos termos do artigo 13 da Resolução nº 1.319/96, Código de Ética Parlamentar, o Senhor Presidente comunicou que o Vereador Alceu Brasinha encaminhou representação contra os Vereadores Beto Moesch e Neuza Canabarro. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib criticou a gestão do Governo Federal em termos de saúde pública, afirmando que a maior parte das verbas recebidas por Porto Alegre para essa área são destinadas a investimentos em programas desenvolvidos no Grupo Hospitalar Conceição. Quanto ao assunto, comparou o valor dos recursos recebidos pelo Município nos governos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. Após, foi apregoado o Memorando nº 039/08, de autoria da Vereadora Margarete Moraes, informando que Sua Excelência, a contar do dia primeiro de dezembro do corrente, não exercerá mais a liderança da Bancada do Partido dos Trabalhadores nesta Casa. Em continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em seguida, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, solicitando votação em destaque do § 2º do artigo 5º do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 044/05. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 044/05, em sua parte vetada, com ressalva do destaque requerido, considerando-se mantido o Veto Parcial a ele oposto, por vinte e quatro votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Sofia Cavedon e Luiz Braz e encaminhado à votação pela Vereadora Sofia Cavedon e pelos Vereadores José Ismael Heinen, Luiz Braz e Professor Garcia, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Às quatorze horas e cinqüenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, foi votado destacadamente e rejeitado o § 2º do artigo 5º do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 044/05, considerando-se mantido o Veto a ele oposto, por oito votos SIM e dezesseis votos NÃO, após ser encaminhado à votação pela Vereadora Sofia Cavedon e pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Guilherme Barbosa e Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Ervino Besson, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia e Sebastião Melo. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 098/08. Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Professor Garcia, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 014/08. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 118/08, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Beto Moesch, Sofia Cavedon, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini e Guilherme Barbosa, teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Carlos Todeschini. Na ocasião, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Adeli Sell e Alceu Brasinha, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do adiamento da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 118/08. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 076/08, discutido pelo Vereador Claudio Sebenelo e pela Vereadora Margarete Moraes. Na oportunidade, foi votado Requerimento de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 076/08, o qual obteve quinze votos SIM, um voto NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Alceu Brasinha, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Mauro Zacher, Neuza Canabarro e Nilo Santos, votado Não o Vereador Nereu D’Avila e optado pela Abstenção o Vereador João Bosco Vaz, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de quórum deliberativo. Ainda, a Vereadora Maristela Maffei registrou sua intenção de votar favoravelmente ao Requerimento de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, solicitando o adiamento, por duas Sessões, da discussão do Projeto de Lei do Legislativo nº 076/08. Também, foi apregoado o Memorando nº 060/08, deferido pelo Senhor Presidente, de autoria do Vereador Adeli Sell, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, amanhã, na Reunião-Jantar Anual da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Sul, no Município de Torres – RS. A seguir, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Bosco Vaz elogiou o árbitro de futebol Carlos Eugênio Simon, declarando que esse profissional orgulha o Rio Grande do Sul, tendo atuado em Copas do Mundo de Futebol Profissional. Nesse sentido, denunciou que Sua Senhoria enfrenta campanha de desmoralização promovida pelo Senhor Kléber Leite, dirigente do Clube de Regatas do Flamengo, a qual objetiva sua retirada do quadro de árbitros da Federação Internacional de Futebol Associado – FIFA. O Vereador Alceu Brasinha teceu considerações acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 076/07, de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, que institui o Sabiá-Laranjeira, “Turdus rufiventris”, como Pássaro Símbolo do Município de Porto Alegre. Além disso, manifestou sua solidariedade com a população do Estado de Santa Catarina, apoiando campanhas efetuadas na Cidade para arrecadação de doações a serem enviadas às vítimas das enchentes que estão ocorrendo naquele Estado. O Vereador Adeli Sell concordou com a defesa do árbitro Carlos Eugênio Simon realizada hoje pelo Vereador João Bosco Vaz, em Comunicação de Líder. Ainda, lembrou o transcurso, no dia vinte e dois deste mês, do Dia do Reciclador e da Reciclagem. Finalizando, reclamou dos serviços de manutenção do Mercado Público Central e atentou para a obrigatoriedade de resposta do Poder Executivo aos Pedidos de Informação e de Providências formulados pelos Senhores Vereadores. O Vereador José Ismael Heinen asseverou ser uma vitória do Poder Legislativo a manutenção, pelo Poder Judiciário, da vigência da Lei Municipal nº 10.398/08, que proíbe o uso de capacete pelo condutor e pelo passageiro de motocicletas quando em recintos fechados. Também, saudou a solidariedade demonstrada pelos brasileiros à população do Estado de Santa Catarina, questionando a ação das autoridades públicas em termos de prevenção às enchentes e eficácia no atendimento às vítimas. A Vereadora Maristela Maffei reportou-se ao Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, comemorado ontem, como uma data em que se deve refletir sobre os problemas enfrentados cotidianamente pelas mulheres no mundo todo. Nesse contexto, analisou a violência existente contra o gênero feminino, especialmente nas regiões que sofrem com as guerras, ressaltando que, apesar dos avanços, as agressões físicas e psíquicas e a não-punição dos culpados ainda são questões a serem enfrentadas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, o Vereador Aldacir Oliboni referiu-se à importância da Audiência Pública a ser realizada amanhã, nesta Casa, para debater a realidade da saúde pública de Porto Alegre. Sobre o tema, analisou o Projeto de Lei enviado pelo Executivo Municipal, que trata de aspectos relacionados ao Programa de Saúde da Família, ressaltando que o Governo de Porto Alegre deve assumir o compromisso público de aprimorar o atendimento médico à população. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, o Vereador Beto Moesch manifestou-se favoravelmente às iniciativas relativas à correta destinação de resíduos sólidos no Município, ressaltando a relevância do Projeto de Lei do Legislativo nº 118/08, de autoria do Vereador Carlos Todeschini, que cria o Programa de Gestão de Resíduos Sólidos e Orgânicos e defendendo a proposição que tramita nesta Casal, referente ao Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr. Raul pronunciou-se sobre a necessidade de atendimento médico diferenciado às pessoas idosas e aos portadores de deficiências físicas, argumentando que a marcação de consultas por telefone facilitaria muito a vida dessas parcelas da população. Também, defendeu o aumento no número das equipes do Programa de Saúde da Família, prestando solidariedade às reivindicações de médicos e técnicos de enfermagem que lutam nesse sentido. O Vereador Luiz Braz, alegando que os Projetos de Lei que tenham preocupação social relevante deveriam ser analisados com isenção ideológica e partidária, elogiou o Instituto Sollus pela premiação recebida ontem na área do atendimento à saúde, concedida pela Associação Rio-Grandense de Fundações. Sobre o assunto, enfatizou que esse Instituto, contratado pelo Governo Municipal, presta serviços de grande significância em prol da população porto-alegrense. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 253/08. Às dezessete horas e quinze minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Sebastião Melo, Claudio Sebenelo e Carlos Todeschini e secretariados pelos Vereadores Ervino Besson e Aldacir Oliboni. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Goulart solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 25 de novembro a 02 de dezembro de 2008. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Márcio Bins Ely, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, em função da impossibilidade de o Suplente Ver. Mario Fraga assumir; Declaração de Impedimento assinada pelo Líder da Bancada do PDT, Ver. Nereu D'Avila.

Cumprindo disposição do art. 13 da Resolução nº 1.319 - Código de Ética Parlamentar -, comunico ao Plenário que o Ver. Alceu Brasinha representou, na Comissão de Ética, contra o Ver. Beto Moesch e a Verª Neuza Canabarro.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, antes que um Vereador petista ocupe a tribuna para dizer que a Prefeitura recebeu muito dinheiro para a Saúde, quero dizer que o espelho de hoje mostra que, no Pagamento de Teto Municipal de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar, a Prefeitura estaria recebendo 39 milhões, 302 mil, 371 reais e 99 centavos. Isso realmente vem em nome da Prefeitura, mas, por um iníquo acordo realizado nos últimos dias de 2004, a Prefeitura de Porto Alegre não receberá nem 19 milhões de reais, o que dirá 39 milhões de reais! A maior parte desses recursos é dirigida ao Grupo Hospitalar Conceição e Hospital de Clínicas, apenas vêm em nome da Prefeitura.

E eu tenho dito - repito, afirmo - que, desde que S. Exª o Sr. Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu, a Prefeitura de Porto Alegre passou a receber menos recursos para cuidar da Saúde dos porto-alegrenses, muito menos. Em 2002, Fernando Henrique Cardoso mandou para a Prefeitura de Porto Alegre 307 milhões de reais; em 2003, Luiz Inácio Lula da Silva mandou 250 milhões de reais. Apenas em 2007 é que foram superados os 307 milhões de reais de Fernando Henrique, mas, se eu aplicasse a correção simples da inflação, ainda ficaria devendo 104 milhões de reais para Porto Alegre. Portanto o mesmo Governo que não deixa regulamentar a PEC nº 29, que trata que o Governo Federal tenha 10% dos impostos aplicados na Saúde, também tirou dinheiro de Porto Alegre. Agora as reclamações aumentaram muito mais, mas a verdade é que Porto Alegre está recebendo menos recursos. Portanto é muito bonita a parcela de 39 milhões de reais, mas é uma pena que não vai para a Prefeitura; a maior parte vai para o Grupo Hospitalar Conceição e o Hospital de Clínicas. Para a Prefeitura de Porto Alegre - o PT já me disse que o recurso vem para Porto Alegre, porque o Grupo Hospitalar Conceição está em Porto Alegre, o Hospital de Clínicas está em Porto Alegre -, para o Executivo Municipal, que é criticado... Esse dinheiro não chega aos cofres da Secretaria Municipal da Fazenda. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Comunico ao Plenário o Memorando da Verª Margarete Moraes (Lê.): “Informo que, a contar de 1º de dezembro de 2008, não estarei mais exercendo a Liderança da Bancada Municipal do Partido dos Trabalhadores”. O que a Presidência lamenta.

Determino o arquivamento como de praxe.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação o Requerimento da Verª Sofia Cavedon, que solicita destaque ao parágrafo 2º do art. 5º do Veto Parcial do PLCL nº 044/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6683/05 – VETO PARCIAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 044/05, de autoria das Vereadoras Sofia Cavedon e Margarete Moraes, que dispõe sobre o Inventário do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis do Município.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela manutenção do Veto Parcial;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela manutenção do Veto Parcial;

- da CECE. Relator Ver. Haroldo de Souza: pela manutenção do Veto Parcial (empatado);

- da CEDECONDH. Relator Ver. Carlos Todeschini: pela rejeição do Veto Parcial.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 24-11-08.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 25-11-08 (terça-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLCL nº 044/05, com Veto Parcial.O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCL nº 044/05, com Veto Parcial, com ressalva do destaque.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, é muito importante que a Câmara se debruce sobre os Vetos do Executivo, porque há algum tempo, eu lembro bem, em 2005, 2006, alguns membros da CCJ entraram num frenesi legalista. Eu repito: frenesi legalista. A CCJ, evidentemente, tem que tratar os Projetos de Lei sob o ponto de vista da legalidade, da sua constitucionalidade, se há ou não ferimento à legislação em vigor no País, no Estado e no Município. Depois que a CCJ se manifesta, as Comissões se manifestam, a Câmara aprova, e vai para o Executivo. O Executivo deveria ter como método, quando há contraposição a um Projeto de um Vereador, a elegância e, se não tiver elegância, deveria ter a grandeza de chamar o Vereador para um diálogo no sentido de tentar convencer da justeza, a sua assessoria jurídica, no caso, ou a sua assessoria política, da pertinência jurídica ou da pertinência político-institucional. Mas eu pergunto: quando acontece isso?

É verdade que nós vamos continuar com Montesquieu, com a separação dos Poderes. É uma tradição do Ocidente. Nada melhor e de mais concreto na forma de estruturação do Estado nos foi apresentado. O que nos foi apresentado sucumbiu, inclusive com o Muro de Berlim, e nós, principalmente do PT, podemos dizer isso, grosso modo, Ver. Zé Valdir, como a nossa grande batalha contra o stalinismo, contra as formas de ditadura do Partido sobre o Estado. Nós conquistamos avanços no processo democrático de 1988, e lá se vão vinte anos da Constituição Cidadã, e repito aqui, Ver. Nilo Santos: o Prefeito, o staff da Prefeitura, a equipe, deveriam ter essa generosidade, essa elegância. Se não têm, deveriam ter a grandeza de chamar o Vereador e sua assessoria para uma conversa de argumentação jurídica, no caso, ou de argumentação do ponto de vista da procedência da importância política ou não. E não é isso que a gente vê.

O que nós estamos vendo é que, em muitos momentos, o Executivo se omite. Ou seja, o Executivo, nesta atual gestão, costumou, e parece que a tendência é, Ver. Alceu Brasinha, é terceirizar com alguns Vereadores projetos que ele deveria apresentar. Nada contra as terceirizações, a não ser em relação a essas cooperativas picaretas; aí todo mundo sabe que sou contra. Mas a terceirização na política, Verª Margarete Moraes, é um negócio escabroso. Tem medo de tomar atitudes, tem medo de descer do muro, tem medo de tomar posição, tem medo de apressar processos...

O Prefeito veta, tenho observado, meu Líder de Governo... Eu gostaria que V. Exª me acompanhasse aqui, para poder responder, pois, se o Governo tem Líder, é para esse responder quando é questionado. Eu pergunto - afinal de contas, perguntar não ofende: qual é o argumento? Por que esses argumentos pífios? Porque não é do interesse público? Ou porque é inconstitucional? Ponto. Não há nenhuma frase com vírgula e ponto-e-vírgula para dar alguma explicação subordinada, nem isso tem.

Chamo as senhoras e os senhores, nesta tarde, para o debate político sobre as razões do Veto, sobre as conseqüências. Ainda não entrei no conteúdo, mas, se algum colega posteriormente me ceder o tempo, voltarei a esta tribuna, porque aqui é o lugar do debate, aqui é o lugar da decisão. Cansei das notícias da mídia, nos últimos dias, no sentido de que aqui nada se vota, de que aqui nada se faz, de que aqui nada se decide. Estamos aqui para decidir e vamos decidir sempre para o bem da Cidade; no caso, estamos discutindo o patrimônio cultural, que às vezes tem valor incomensurável. Por isso peço a derrubada do Veto e a aprovação do Projeto das minhas colegas de Bancada Margarete Moraes e Sofia Cavedon. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCL nº 044/05, com Veto Parcial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, este Projeto sobre o inventário dos bens culturais, que a Verª Margarete e eu propusemos, vai ser um instrumento muito importante para a preservação dos imóveis inventariados na cidade de Porto Alegre. Por que muito importante? Porque o instrumento do inventário já existe, já vem sendo praticado pela Secretaria Municipal da Cultura, que tem listado os imóveis de valor cultural a serem preservados, mas não havia ainda, na categoria desses imóveis listados, de estruturação e de ambientação, um instrumento que permitisse ao proprietário investir na preservação desse imóvel, ou na reconstrução, na remodelação, no caso do imóvel de ambientação, que deve guardar ambiência com imóvel estruturador, mas que poderá ser, inclusive, totalmente demolido, dependendo do parecer da Prefeitura, do Epahc.

Então, nós, com a contribuição de muitas Emendas do Governo, Emendas que foram importantes... Quando propusemos o instrumento da venda, da utilização dos índices construtivos para essa preservação, como Vereadoras não propusemos a medida concreta do percentual dos índices, queríamos evitar o vício de origem. Propusemos o conceito, a idéia de que o proprietário, uma vez tendo o seu imóvel listado, o índice construtivo que ele deixa de aproveitar ali naquele terreno ele poder vender para, com esse recurso, fazer a manutenção, a preservação do imóvel... Ou seja, nós garantimos a Cidade ter imóveis listados, bens culturais bem cuidados, bem preservados, o que é bom para a nossa memória, para a nossa história, para o turismo, para a paisagem da Cidade. É bom para o proprietário, muitas vezes o imóvel pertence a famílias muito antigas, em zonas que foram supervalorizadas, como é a Região Centro, como são os bairros da Região Centro, imóveis que tinham um valor antigamente e que hoje têm um valor muito maior, portanto um IPTU muito mais caro. Muitas famílias não podem manter o imóvel reformado, preservado da maneira como gostaríamos.

Então, esse instrumento, o Governo, ao aportar Emendas, deixando claro inclusive em que percentual poderão vender... Nós aprimoramos muito o Projeto, ele está bastante pronto para ser um instrumento vivo, real, de preservação cultural. O Veto vem retirar um redutor que havíamos colocado na capacidade construtiva desses imóveis. Qual era a preocupação e o sentido do Projeto? Era de não criar um boom, uma superdisponibilização de índices no mercado, para não acontecer um problema de gerenciamento, um problema de redução de custos, para não trazer conseqüências à própria Cidade; a proposta do Projeto é reduzir os índices construtivos desses imóveis inventariados em 50%. O Governo veta esse artigo, mantendo 100% do índice construtivo do imóvel; são vários os pontos de vista que nós podemos analisar a respeito do Veto.

Há um outro dispositivo - queria, inclusive, refletir com a nossa Bancada - no próprio Projeto que coloca a gestão desses índices para o Governo Municipal. Não é assim, de repente, que todos os imóveis da Cidade poderão vender os seus índices construtivos. Não. O Governo vai determinar, por períodos, as áreas prioritárias. Então, vai definir se é a Cidade Baixa neste semestre, se é o Bom Fim no semestre seguinte, isso vai ter que ter critérios públicos, um decreto regulamentando. Ao retirar esse freio, há esta outra proteção: o Governo é que regula o mercado de índices. Então, não me parece muito sério esse Veto! Não me parece!

Nós fizemos o Projeto no sentido de trabalhar com uma venda de índice para a preservação, e não para criar uma nova especulação imobiliária na Cidade, e não para criar um exagero de índices disponíveis que, depois, gerem empreendimentos muito altos, por exemplo, em lugares em que os vizinhos não aceitam. Queria que os Vereadores entendessem qual era o sentido do Projeto, e o Governo libera. Mas, ao mesmo tempo, há um artigo que freia. Voltarei para trabalhar o destaque na hora da discussão - por que nós entendemos que, mesmo mantendo o Veto, é importante tentar preservar o parágrafo 2º -, mas num segundo momento de discussão. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCL nº 044/05, com Veto Parcial.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Sebastião Melo, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, estamos discutindo o Veto aposto ao Projeto de autoria das Vereadoras Sofia Cavedon e Margarete Moraes. Ouvindo a discussão desde o início, pude ouvir a fala do Ver. Adeli Sell, sempre muito inteligente nas suas colocações, e eu gostaria que ele viesse à tribuna e dissesse onde nós temos esses exemplos que ele trouxe em matéria de Administração Pública. O Chefe do Executivo, ao vetar o Projeto, chama o Vereador da oposição, que é autor da matéria, e diz: “Olha, por favor, eu me sinto até constrangido em vetar o seu Projeto, mas o que V. Exª gostaria que eu fizesse?”. Ele foi pedir uma explicação ao Vereador da oposição. Ver. Adeli Sell, Exª, que teve o seu Partido durante 16 anos à frente da Prefeitura Municipal, sabe muito bem que isso nunca foi realizado. Os Vereadores de oposição nunca mereceram qualquer consideração por parte dos Prefeitos que passaram pela Prefeitura, salvo raras exceções. Eu posso até dizer que, em uma determinada época, o Prefeito Tarso Genro tratou, pelo menos este Vereador, de uma forma bastante igual.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu defendi uma tese: se lá estivesse, faria. Quando fui Secretário, eu tinha seus telefones celulares no meu e os atendia imediatamente.

 

O SR. LUIZ BRAZ: É verdade.

 

O Sr. Adeli Sell: Eu sempre tive essa postura; eu faria.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Muito bem, se o Ver. Adeli Sell for Prefeito, vamos esperar que seja, ele tem competência, tem capacidade para isso, que essa tese possa vingar. Eu acho que isso seria o normal, Ver. Adeli Sell, acho que isso deveria ser o normal, mas, infelizmente, não acontece. É histórico nas Administrações Públicas; principalmente aqui, Ver. Zé Valdir, é histórico.

Só que acontece o seguinte: o art. 5º, que foi vetado, não é um artigo qualquer, ele pega o dono de um imóvel que está exatamente na Área de Interesse Cultural e arrebenta com esse dono do imóvel, tirando dele praticamente 50% do seu patrimônio, porque, se o índice construtivo fica limitado a 50%, o valor desse imóvel, Ver. ª Margarete Moraes, também cai em 50%. Então, com toda certeza, acho que o Projeto de V. Exª e da Verª Sofia Cavedon tem todo o mérito do mundo, tanto é que o Prefeito José Fogaça resolveu aceitar o Projeto praticamente como um todo, mas resolveu vetar o art. 5º e seus dois parágrafos, caso contrário o proprietário do imóvel estaria realmente perdendo 50% do seu patrimônio. Eu perguntaria o seguinte: quem é que hoje, nesta Cidade, gostaria que uma legislação, de uma hora para outra, viesse e tomasse 50% do seu patrimônio? Acho que nenhum de nós estaria aceitando uma legislação desse tipo. E o que o art. 5º e seus dois parágrafos fazem é exatamente tomar 50% do patrimônio daquele que é proprietário do imóvel em uma Área de Interesse Cultural.

Então, por isso este Veto está bem colocado. E quero cumprimentar as Vereadoras porque conseguem um grande avanço, podendo aprovar uma legislação extremamente importante para essa área, formando o Inventário do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis do Município de Porto Alegre. Verª Margarete, V. Exª sabe muito bem que no Governo de V. Exª jamais seria aceito que um Vereador de oposição fizesse um projeto desse tipo; o Prefeito Fogaça está realmente de parabéns porque ele valoriza a presença dos Vereadores aqui, valoriza o Legislativo e, principalmente, mostra que não existe discriminação com relação aos Vereadores de oposição.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Encerrada a discussão. Em votação o PLCL nº 044/04. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Veto Parcial ao PLCL n° 044/05.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Garcia, eu quero aproveitar o período de encaminhamento para continuar a discussão. Nós, em conversas com as Secretarias, construímos uma série de Emendas, e estamos entendendo, Ver. Adeli, que aqui se posicionou, que, se preservamos o parágrafo 2°, Ver. Braz, é possível dar acordo ao Veto. Por que o parágrafo 2°? Porque o parágrafo 2° repete uma legislação vigente. Ele, na verdade, estabelece o limite já previsto em lei para ajustes no caso de investimento no próprio imóvel inventariado. Certo? É uma regra importante, combina, fecha com o espírito da preservação dos imóveis inventariados. Então o Veto retira o redutor de 50%, e nós, com isso, temos que apostar numa regulação importante do Governo Municipal na questão, hoje, dos embates que estamos tendo, da população com empreendimentos, com espigões. Nós estamos com lacunas, e o Governo Municipal não tem regulado, não tem mediado, o que permite à legislação e aos instrumentos de preservação da vontade, dos direitos da população, como o Impacto de Vizinhança, como o Estudo de Impacto Ambiental.

Refiro-me agora ao debate do espigão na Rua Lima e Silva. Muito bem, o empreendedor tem índice construtivo para aquele espigão, só que ele está ao lado de uma série de casas que são listadas, que são de preservação; casas cujos proprietários não poderão, uma vez construído o espigão do seu lado, levantar as suas casas para pegar sol mais lá em cima, porque nós temos instrumentos protegendo aquela paisagem. Portanto entendemos que aquele índice não pode ser aplicado sem o Impacto de Vizinhança, sem o Estudo de Impacto Ambiental. Há outros instrumentos que entendemos que deverão ser levados mais a sério pelo Governo Municipal, ou seja, regular a aplicação dos índices construtivos advindos das vendas que este Projeto vai propiciar.

Mas estamos construindo... Ver. Professor Garcia, não sei se V. Exª irá se manifestar da tribuna ou sinalizar o apoio da base do Governo em manter o parágrafo 2º. Aí, sim, é possível a nossa Bancada dar acordo ao Veto, porque, mantendo o parágrafo 2º, nós preservamos, na aplicação do índice construtivo, as características do imóvel, no caso da aplicação desse índice ali no terreno do próprio imóvel, ou numa adaptação, ou no ajuste do projeto do próprio imóvel inventariado. Esse parágrafo, por mais que hoje já exista a lei, nos parece que deve permanecer no espírito da lei, para que dê conta do propósito. O nosso propósito não é criar um paliativo para quem está penalizado, porque tem uma casa de preservação, um próprio que é um bem cultural; ao contrário, nós queremos que o proprietário se sinta valorizado pelo coletivo e pela legislação; que ele tenha um imóvel preservado, mas que possa utilizar esse índice para mantê-lo, para preservá-lo. Assim, vai viver bem, vai viver melhor, vai fazer parte da proteção da nossa paisagem, do nosso patrimônio. Ao mesmo tempo, ele não estará impedido de utilizar um índice enquanto o seu vizinho, outro imóvel ser igual e o utiliza. Quer dizer, ele poderá utilizá-lo, vai beneficiar o seu imóvel e vai fazer parte de uma política municipal de preservação. Esse é o espírito da lei.

Então, se o Ver. Professor Garcia nos sinaliza que preserva, que o Governo tem acordo em preservar o parágrafo 2º, está bem, aceitando o Veto do restante do artigo. Na Redação Final, o parágrafo 2º deve ser colocado em outro artigo, conforme couber; ele de fato poderia ter sido um artigo separado, porque trata de outra questão e não dos índices que serão disponibilizados aos proprietários. Obrigado pela atenção, vamos ao voto!

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 044/05, com Veto Parcial.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres colegas Vereadores, é um Projeto realmente necessário e meritório apresentado pelas colegas do Partido dos Trabalhadores, Vereadoras Margarete Moraes e Sofia Cavedon, porque são de conhecimento público as dificuldades que os proprietários têm quando os seus prédios são tombados. Eles não podem fazer nenhuma modificação, e o ônus desses prédios fica totalmente a cargo do proprietário. Nós temos exemplos em Porto Alegre de prédios nessa situação - estão praticamente ruindo, desmoronando-se. Na Rua da Praia, por exemplo, há aqueles prédios antigos que não podem ser tocados, não podem ser reformados, a não ser na sua planta original. Eu comentei com o Ver. Luiz Braz sobre um Projeto da ACM e eu acho que nós temos que aumentar mais as disponibilidades para que os proprietários dos prédios tombados possam ter oportunidades financeiras para, ao menos, manter em dia esses prédios culturais, tão necessários à história da nossa Cidade.

É justa também a preocupação do Prefeito em vetar um parágrafo que diminui a possibilidade de manutenção desses prédios - os prédios alienados também, que estão sendo analisados. Eu cito o exemplo do Colégio Militar de Porto Alegre e poderia dar muitos outros exemplos de prédios que não podem sofrer reformas que os alterem. A manutenção do prédio, no seu restauro, torna-se superonerosa, e proprietário nenhum dispõe de investimento para poder manter a fotografia de um restauro de um prédio. O Colégio Militar está fadado a se desmoronar, porque não há verba suficiente para que o prédio seja restaurado e apresente condições de poder funcionar futuramente. Uma das sugestões é a venda da utilização do espaço, é o Solo Criado ser totalmente destinado a essas reformas, desde que seja para a manutenção desses prédios em pé, como realmente tem que representar, e também para a sua coabitação.

Portanto, parabenizo as Vereadoras pela iniciativa e o Prefeito, também, que não restringiu essa oportunidade. Nessa base, tenham certeza, vou encaminhar favoravelmente o meu voto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 044/05, com Veto Parcial.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Sebastião Melo, Presidente da Casa; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; Ver. Professor Garcia, Líder do Governo, o que temos aqui é um problema de técnica legislativa que eu acho difícil de ser resolvido, porque nós vamos criar um precedente, e eu não sei se vale a pena criar esse precedente. O parágrafo 2º, Verª Sofia Cavedon e Verª Margarete Moraes, já está previsto na Lei nº 434, que é a Lei do Plano Diretor. Se já está previsto na Lei nº 434, nós não precisaríamos, na verdade, manter o parágrafo 2º no Projeto, porque não vai fazer falta. Ele já está legislado, já está lá na Lei nº 434. Se aceitarmos apenas o parágrafo 2º, o que vai acontecer é que vamos criar o seguinte precedente: vamos vetar o artigo e deixar vivo o parágrafo. Nunca aconteceu isso aqui antes, porque o artigo é o principal, é ele que deve dar o comando.

E eu me guio muito pela inteligência do Diretor Legislativo, meu amigo Luiz Afonso. E o Luiz diz que, quando foi feito o Projeto, no ano de 2005, empregaram a técnica legislativa errada. Ora, se a técnica legislativa está errada - e é claro que não é culpa do Luiz Afonso, porque naquele período o Luiz não estava na Diretoria Legislativa -, isso causa um grande problema para a Casa, porque os parágrafos são dependentes do artigo, senão, não há razão de ser. Como é que nós vamos colocar parágrafos em artigos, se não houver uma relação de dependência? Então, tem de haver essa relação de dependência. Havendo essa relação de dependência, como é que eu vou vetar o caput, aceitar o Veto ao caput, mas não aceitar o Veto ao parágrafo? Acredito que esse é um precedente realmente perigoso.

Penso que tanto a Verª Sofia Cavedon como a Verª Margarete Moraes fazem uma legislação muito importante para a nossa Cidade, mas nós não precisamos abrir esse precedente aqui na Casa, até porque não vai fazer falta o que está disposto lá no Parágrafo 2º do art. 5º desta legislação que nós estamos criando aqui na Casa. Portanto, acho que nós devemos aceitar o Veto exatamente como ele foi colocado, Veto Parcial ao art. 5º e aos parágrafos 1º e 2º, porque deixa que a Lei Complementar nº 434, que já legisla sobre o Parágrafo 2º, continue, realmente, a causar os seus efeitos da forma como está. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

(Suspendem-se os trabalhos às14h56min por falta luz no plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 15h04min): Retomamos os trabalhos.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL n° 044/05, com Veto Parcial.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Veto do Sr. Prefeito em relação ao Projeto das Vereadoras Sofia Cavedon e Margarete Moraes, que dispõem sobre o Inventário do Patrimônio Cultural de Bens Imóveis no Município de Porto Alegre, foi exclusivamente ao art. 5º, e a Verª Sofia Cavedon pediu destaque ao parágrafo 2º. A própria Arquiteta Rosane Zottis de Almeida coloca que o Veto é ao artigo, em relação ao parágrafo 1º, e que o parágrafo 2º já está previsto na Lei Complementar nº 434. Portanto, no nosso entendimento, ele não altera nada.

Agora, a preocupação que o Ver. Luiz Braz levantou é a preocupação maior desta Casa. Ver. Nereu D’Avila, V. Exª durante muito anos presidiu a CCJ e ainda faz parte da CCJ, nós estamos aqui com uma regra nova para a Casa, realmente isso nunca aconteceu. Quando se veta um artigo, os parágrafos estão incluídos, e nós aqui queremos vetar o artigo e manter o parágrafo, ou seja, inverteram-se todas as técnicas legislativas até então existentes. Como não altera, Verª Sofia, não há problema nenhum: está mantido; o seu Projeto e da Verª Margarete vai ser aprovado com essa ressalva, não altera nada. Se já está contemplado, não tem nenhum sentido não acolher. Agora, criar uma nova técnica legislativa eu acho que é preocupante. E, ao mesmo tempo, Vereador-Presidente, nós temos que discutir isso, porque, se não for hoje, mais adiante poderá acontecer. E, como nós estamos tendo todo um cuidado e um zelo para novas legislações, inclusive quanto à questão dos precedentes, isso que está sendo proposto aqui é algo que preocupa, porque, daqui a um pouquinho, vai ficar solto, e de que forma nós vamos fazer?

Quando se coloca uma Emenda - e o caso aqui é diferente, não é uma Emenda, é um destaque ao Veto, fica o parágrafo solto -, normalmente, quando se coloca e não tem, diz “onde couber”. Por isso, Verª Sofia, eu sugiro, já que a senhora vai acolher, que acolha como um todo, porque a sua intenção, segundo a Arquiteta Rosane Zottis, já está contemplada na Lei nº 434. Por isso, somos pela manutenção do Veto do Sr. Prefeito. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, não há mais quem queira encaminhar.

Em votação nominal o PLCL nº 044/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto, em sua parte vetada, com ressalva do destaque requerido, por 24 votos NÃO; considerando-se, portanto,  mantido o Veto Parcial a ele aposto.

Em votação o parágrafo 2º do art. 5º do PLCL nº 044/05, destacado. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do parágrafo 2º do art. 5º do PLCL nº 044/05, destacado.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu apenas faço uma referência: estamos entendendo que há um acordo no conteúdo. Esse parágrafo, na verdade, não deveria estar ali, enquanto parágrafo 2º, nós votaremos “sim”, porque entendemos que ele não está submetido ao caput, e o caput trata da redução dos índices construtivos para fins de venda e para preservação do imóvel. E ele trata de uma outra situação, a da aplicação desse índice no lugar onde está o imóvel, no terreno, num ajuste de projeto do imóvel.

Ver. Braz, apenas quero dizer que, na redação final, nós poderíamos contemplar ou resolver esse problema de redação inicial, preservando o conteúdo, mesmo sabendo que está previsto no Plano Diretor. Porém, no conjunto da lei, se referenciarmos esse aspecto, ficará “redondinho”, ficará uma legislação mais perfeita. Nós sabemos que está preservado, mas, listado numa lei que vai dar um instrumento importante para a Prefeitura e para o cidadão, haverá os freios necessários para preservar o imóvel, fica mais completo, demonstra precaução e conhecimento de causa. Então, nós votamos para manter esse parágrafo no corpo da lei, entendendo que, como é uma questão de redação, é possível corrigir no final, e todos temos acordo com o conteúdo. É nesse sentido que votamos “sim”, temos certeza de que esse será um instrumento muito pujante, que vai modificar o rosto da cidade de Porto Alegre.

Se vocês andarem pela Rua João Alfredo, verão que as casas de origem açoriana que existem na metade dessa rua são casas muito bonitinhas, mas estão poluídas, estão sujas, cheias de fios, placas, sem uma uniformidade, sem um cuidado, sem um olhar. Essas casas, por exemplo, serão beneficiadas por este Projeto de Lei, por este instrumento. Os moradores poderão utilizar o índice construtivo, recuperá-las, recuperar o seu colorido; vai ficar muito semelhante ao Caminito, que é um lugar de turismo internacional em Buenos Aires, na Argentina. Nós temos aqui lugares assim, só não são cuidados e não são badalados. Porque ali, inclusive, há uma presença cultural muito interessante, no entanto não tem aquele elã, aquele “tchan”, falta cuidado estético para que chame a atenção.

Eu andei na Candelária, que é um bairro antigo de Bogotá, na Colômbia, que tem características muito semelhantes ao nosso bairro Cidade Baixa: aquelas casas pequenas, cada uma delas é um bar, com uma característica diferenciada, é uma graça. Como é um lugar que foi olhado conjuntamente e tem uma recuperação, atrai milhares de pessoas: turistas, estudantes. Aqui em Porto Alegre nós temos lugares assim, o bairro Cidade Baixa é um lugar assim, então nós poderemos ter um trato visual, uma interferência de gestor, para que o bairro se torne atrativo, porque ele já tem uma vida cultural boêmia, ali já há teatros, cinemas, bares, ou seja, o bairro Cidade Baixa está perfeito. O bairro precisa é receber aquela intervenção urbanística, o que esses índices vão possibilitar. O gestor pode indicar o bairro Cidade Baixa e orientar todas as melhorias.

Então, esse freio do parágrafo 2º diz que, em relação a uma casa açoriana daquelas, se pode até ajustar projetos, construir alguma coisa mais no fundo, mas há um limite, esse limite está previsto no Plano Diretor, e nós queremos manter escrito na lei. Essa lei abre uma bela perspectiva, e ficará bastante perfeito se a gente puder reescrever esse parágrafo, na forma do novo artigo, junto a um outro artigo. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do parágrafo 2º do art. 5º do PLCL nº 044/05, destacado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vereador-Presidente Sebastião Melo, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores; Verª Sofia Cavedon, ouvindo os argumentos de V. Exª, aqui na tribuna eu quero fazer uma ponderação com relação à posição que V. Exª anunciou que vai tomar juntamente com a sua Bancada. Se porventura esse parágrafo 2º impedisse ou descaracterizasse a legislação que nós estamos fazendo aqui na Casa, eu acredito que seria justo o pedido de V. Exª, porque, lá na redação final, num esforço, se faria a compensação disso. Mas V. Exª sabe que, mesmo sem o parágrafo 2º, nós vamos ter, na verdade, uma legislação que não vai poder exercer a sua função, não vai poder exercer a sua força.

Para que a Casa possa continuar mantendo uma certa regra, para que a legislação daqui possa ser a melhor possível, a mais redonda possível, para que outros Vereadores em outros Projetos não aleguem que nós, hoje, estamos aqui, Verª Sofia Cavedon, aprovando um parágrafo, apesar de estarmos rejeitando o caput, eu peço que V. Exª concorde com o Veto. Ele não vai desmerecer o Projeto de V. Exª e da Verª Margarete Moraes, e sim fazer com que a legislação que nós vamos ter, a partir do Projeto de V. Exas., seja uma legislação boa para Porto Alegre, para que possamos preservar a nossa Casa com relação a legislações futuras. Porque eu acredito que aquilo que eu não quero para mim eu também não quero para os outros, e aquilo que eu quero para os outros eu quero também para mim. Essa é uma regra boa de igualdade.

Mas aqui na nossa Casa as legislações não podem ser disputas, como se fossem, realmente, partidas de futebol, onde eu ganho e você perde. Quando nós aprovamos uma legislação na Casa, quem tem que ganhar é a Cidade, independente de quem foi o autor da legislação. Tem que ser o espírito de todos nós, tanto faz que essa legislação tenha sido proposta pela oposição ou pela situação - a nossa obrigação é tentar fazer com que essa legislação seja a melhor possível para a Cidade. Hoje estamos defendendo os princípios da Casa e os princípios legislativos. Não podemos aceitar que vá sobreviver o parágrafo, se nós estamos fulminando o caput; ainda mais que isso, realmente, não vai causar nenhum problema para a execução da lei.

O pedido que eu faço à Verª Sofia Cavedon, à Verª Margarete Moraes, aos Vereadores da oposição é que possamos manter as regras, assim como nós queremos mantê-las para todos os outros Projetos que tramitam na nossa Casa.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, nós estamos votando o destaque. Solicito a atenção dos Srs. Vereadores para o encaminhamento da votação: “sim” aprova o destaque e rejeita o Veto; e “não” rejeita o destaque e aceita o Veto.

Em votação o parágrafo 2º do art. 5º, destacado, do PLCL nº 044/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o parágrafo 2º do art. 5º, destacado, do PLCL nº 044/05 por 08 votos SIM e 16 votos NÃO. Mantido o Veto.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 098/08 – (Proc. Nº 6447/08 – Verª Sofia Cavedon) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 28 de novembro, às 15 horas, destinada a assinalar o transcurso do 20º aniversário do Sindicato dos Servidores Federais do Rio Grande do Sul - SINDISERF. (Incluído em 19-11-08.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Sofia Cavedon, que requer a realização de Sessão Solene no dia 28 de novembro, às 15 horas, destinada a assinalar o transcurso do 20º aniversário do Sindicato dos Servidores Federais do Rio Grande do Sul, o SINDISERF, incluído em Pauta em 19 de novembro de 2008. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Apregôo o recebimento do Requerimento de autoria do Ver. Professor Garcia, que solicita o adiamento, por uma Sessão, da discussão do PLCE nº 014/08. (Pausa.) Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Professor Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2937/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/08, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que cria, no Município de Porto Alegre, o Programa de Gestão de Resíduos Sólidos e Orgânicos, destinado aos estabelecimentos que necessitem de licenciamento ambiental para o seu funcionamento, e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 19-11-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL nº 118/08. (Pausa.) O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLL nº 118/08.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro, quero deixar claro que o Projeto de Lei tem mérito, e precisamos, portanto, tratá-lo de forma séria e buscar, senão a sua aprovação nos termos em que está, manter pautado esse Projeto de Lei e seus desdobramentos. Quero, por isso, também parabenizar não só o autor da iniciativa, mas parte da comunidade que lida com esse assunto, na qual está o nosso querido amigo e patrimônio desta Cidade, Irmão Cechin.

Por que faço algumas ponderações? Porque temos a obrigação de que uma lei se transforme numa lei sem problemas, Ver. Sebastião Melo , V. Exª tem trabalhado muito nos concertos, digamos assim, das legislações existentes na cidade de Porto Alegre. Ver. Garcia, se este Projeto tem mérito, e, portanto, entendo que não pode ser retirado de pauta como está, ele, na minha opinião, não pode ser votado. Quais são os motivos? Primeiro, o regime de urgência. Quero manter a coerência de não apreciar Projeto de Lei em regime de urgência que sequer passa pela sua Comissão principal, Comissão de Saúde e Meio Ambiente, na qual poderíamos fazer algumas correções. E isso não diz respeito apenas ao Projeto de Lei do Ver. Todeschini, isso é geral e tem sido a minha posição em relação a todos os Projetos de Lei que tramitam nesta Casa. Segundo ponto: não temos aqui Pareceres do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, não temos o Parecer - até porque é em regime de urgência - da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que é quem vai licenciar ou não as atividades previstas neste Projeto de Lei. E a minha preocupação aqui, Vereador, é de que esta lei tenha viabilidade, para que não seja uma lei que tenha mérito, mas que vai acabar, infelizmente, da maneira que está - algumas correções que entendo que precisariam ser feitas -, numa carta de intenções. Por isso justamente quero enfrentar o tema para unicamente colaborar com ele, senão, simplesmente, votaria de forma contrária.

Eu queria aproveitar este espaço para mostrar trabalhos, Ver. Bosco, do Conselho Municipal do Meio Ambiente, que tem participação de cinco entidades ecológicas, do CREA, de universidades, além, é claro, do Executivo, em que já temos resoluções que precisam se transformar em lei, com isso estou dando o destaque favorável ao Projeto, por exemplo, do destino adequado e reciclagem de lâmpadas fluorescentes, de pilhas e baterias. E poderíamos aproveitar esse mesmo Projeto de Lei - a Verª Neuza Canabarro estava lembrando que também não passou pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente - para dar condições técnicas e jurídicas, para que seja uma lei exeqüível, como também aprimorar alguns pontos. Portanto, quero insistir que tem mérito, e, na minha opinião, Ver. Garcia, nós temos que colaborar com o Projeto, mas eu faria um apelo para que pudéssemos colaborar, que apenas se retire o regime de urgência, e não se tire da Ordem do Dia, não é retirar da pauta, para que possamos, quem sabe, ainda neste ano... E me coloco à disposição para colocá-lo em condições de aprovação.

Nesta parte final, eu gostaria de colocar, por exemplo, além do que eu já coloquei, algumas questões técnicas: resíduos recicláveis sólidos. Ora, por uma questão técnica, todo resíduo reciclável, em princípio, é sólido, isso é técnica, não sou eu que estou dizendo, então já haveria aqui uma falha também técnica. Outras questões: resíduo reciclável orgânico. Não se chama, tecnicamente, um resíduo orgânico de reciclável, ele pode ser reaproveitado. Portanto, não há, na técnica legislativa, no mundo do Direito e nas normas técnicas, com relação ao tema, a expressão “resíduo sólido” ou “resíduo orgânico reciclável”. E mais: nós não temos galpões de “reciclagem”, mas, sim, de triagem, ou de segregação. São alguns exemplos que eu queria trazer para mostrar que algumas Emendas ou até o Substitutivo do próprio autor poderíamos transformar em uma lei exeqüível.

Volto a insistir: tem mérito, e entendo que ela, inclusive, ajuda, Ver. Sebastião Melo, talvez até na própria regulamentação, em parte, com relação à Lei das Carroças, com relação ao Código Municipal de Limpeza Urbana. Mas gostaria que V. Exª entendesse que são apenas argumentos técnicos, exclusivamente técnicos, porque a matéria tem mérito, eu acho que nós poderíamos nos somar ao seu Projeto no sentido de que seja realmente exeqüível. São as minhas ponderações, muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL n° 118/08.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, quero cumprimentar especialmente os representantes aqui dos nossos galpões de reciclagem de Porto Alegre. Quero cumprimentá-los pelo excelente, maravilhoso serviço que prestam à Cidade, algo que muitas vezes não é reconhecido, mas discriminado.

Nós vivemos, agora no mês passado, um drama com o galpão lá da Cavalhada, que ficou vinte dias - eu acredito, se não foi mais - sem receber resíduos, porque o Governo Municipal tomou partido sobre uma polêmica envolvendo a Direção do galpão, achando que, como não era legítima a Direção que estava lá, podia penalizar os cidadãos que vivem da reciclagem, e resolveu não mandar material para a reciclagem. Achei dramático aquilo, tivemos que intervir, e resolveu.

Acho, Ver. Todeschini, a sua iniciativa muito importante, porque dá conseqüência ao debate que nós fizemos aqui na discussão da retirada das carroças da cidade de Porto Alegre. E o debate que nós fazíamos, com muito veemência - quero repetir e vamos repetir por bastante tempo, nós tomaremos várias iniciativas que não vemos o Governo Municipal tomar, Ver. Todeschini -, era de que temos que reconhecer que esse trabalho existe; de que esse trabalho sustenta mais de oito mil famílias; de que é um dos trabalhos mais nobres que uma cidade, um país, um mundo têm a fazer, porque a depredação do meio ambiente é nítida, é nefasta, está colocando em xeque a sobrevivência do planeta. Nós reconhecíamos que esse trabalho, sim, é penoso e que, portanto, precisa ter um interferência do Poder Público para que se torne mais humano, mais digno aos cidadãos, à família e também aos animais envolvidos nesse trabalho. Dizíamos que muito mais do que estabelecer um prazo - o que passa a ser uma ameaça na vida dessas pessoas -, devíamos ter políticas direcionadas a essas famílias, para sua sobrevivência, e políticas que se direcionem à reutilização completa do lixo desta Cidade, do lixo orgânico, do lixo seco.

A iniciativa do Ver. Todeschini trabalha exatamente nesse sentido, porque, no momento em que a gente tem o comprometimento dos grandes empreendimentos de coletar, de separar esse lixo - que é muito grande e que é nobre, rende muito, porque é papel e papelão -, de organizá-lo e levá-lo até onde estão as pessoas, para que o reciclem, acondicionem e vendam, nós estaremos, em primeiro lugar, investindo nesse trabalho e reconhecendo o trabalho que existe. Em segundo lugar, estaremos comprometendo os grandes empreendimentos que têm entrado nesta Cidade sem a contrapartida necessária. Nós estamos vendo nascer um shopping center e bigs shopping centers, pequenos shopping centers, um atrás do outro, inclusive conflagrados em uma mesma região; o que me faz imaginar que nas outras regiões da Cidade, sem ser a Zona Sul, não há população nem mercado para a sua instalação - o Ver. Brasinha me olha com rugas no rosto. Essa concentração denota um falta de planejamento nesta Cidade, mas, mais grave do que isso, é a falta de cobrança em relação à contrapartida. Eu me lembro muito bem do debate que fizemos ali no IAPI com a instalação do Bourbon Passo D’Areia, em que nós conseguimos empregar os moradores do entorno e obtivemos como contrapartida a construção de uma creche. Foi um debate muito bem feito, até hoje a creche é subsidiada pelo empreendimento.

Então, aqui é uma questão simples, uma questão possível, viável: que o lixo todo seja, de fato, de responsabilidade desses empreendimentos e seja direcionado para a organização que já existe dos nossos trabalhadores na área de reciclagem. Então, Ver. Todeschini, V. Exª está de parabéns, o seu Projeto é muito bem intencionado. Eu também acho que é bom quando um Projeto passa por todas as Comissões e tem debate; mas não é o primeiro, nós temos muitos precedentes; aliás, precedentes gravíssimos. Este Projeto tem uma simplicidade bem importante, diferentemente do outro que, devido a sua complexidade, não passou nas Comissões da Casa. Este tem uma profundidade muito importante e vem com o compromisso da inclusão social, da qualidade de vida para esta Cidade, tem nosso apoio total e irrestrito o Projeto.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLL nº 118/08.

Solicito ao Ver. Claudio Sebenelo que assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, ou não estou entendo, ou estou por fora: o Ver. Todeschini defende que todos os Projetos passem pela análise das Comissões, então por que pediu o art. 81? Eu não estou entendendo por que esta pressa! Por que o senhor tem tanta pressa em aprovar o Projeto, Vereador, se o senhor é contra o art. 81, como já falou por diversas vezes desta tribuna? Justamente o senhor, que é contra a solicitação do art. 81? Será por que o Projeto é de sua autoria? Mas por que o senhor não o deixa passar pelas Comissões? Vereador, eu quero dizer ao senhor que estou discutindo o seu Projeto.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ALCEU BRASINHA: O senhor me permite, que eu estou falando.

Vereador, mais uma vez, quero perguntar: por que o senhor está com tanta pressa para aprovar este Projeto?

 

O Sr. Carlos Todeschini: Posso lhe explicar?

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Não, o senhor pode vir à tribuna depois para explicar.

Mais ainda: como o senhor é contra o art. 81? Eu não estou-lhe entendo!

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA Não. Não é falta de educação, Vereador. O senhor também já me negou várias vezes um aparte e agora acha que é falta de educação! Este Vereador tem educação, e também temos limite para falar, e quero falar do seu Projeto.

Eu gosto do seu Projeto, quero votar, mas não com esta pressa toda, Vereador, não com esta pressa toda.

 

(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA Mas, Vereadora, vocês mesmos eram contra o art. 81 e agora como é que defendem com todo o prazer, Vereadora? Mas por que a senhora defende? Por quê?

Então, nesta Casa há diferenças, eu acho que não deve haver. Eu acho que não. Se é necessário esse regime, esse caráter de urgência, eu voto favorável, mas, como é o senhor que pediu, eu não estou entendo!

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Guilherme Barbosa.)

 

O SR. ALCEU BRASINHA: O senhor deve vir aqui nesta tribuna e explicar ao povo por que quer o art. 81 imediatamente. Por quê? O senhor acha que aqui são só vocês que comandam do jeito que querem?

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Vereadores, há um orador na tribuna, e são permitidos apartes desde que concedidos pelo orador. Solicito respeito ao orador.

 

O Sr. Nilo Santos: Ver. Brasinha, V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Eu permito um aparte ao Ver. Nilo Santos.

 

O Sr. Nilo Santos: Vereador, na realidade, parece-me que tem de ser revisto o uso do art. 81, porque as pessoas terminam o usando para alguns Projetos que, como dizem, precisam ser melhor discutidos; precisam ser discutidos com a sociedade civil organizada, precisam ser discutidos entre os próprios Vereadores. Então, temos de dar uma revisada nisso aí. Estão usando o art. 81 sem controle, ele está sendo usado para tudo agora. Temos que rever isso, e o Ver. Todeschini nunca foi favorável ao art. 81!

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Por isso mesmo, Ver. Nilo Santos, eu venho a esta tribuna, porque eu sempre ouvi o Ver. Todeschini se dizer não-favorável ao uso do art. 81. Eu acho que o art. 81 é um método legal, que busca o Projeto lá onde está e o coloca no Plenário para votar. Mas não o Ver. Todeschini, que é tão contra!

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho indelicado dizer que depende de quem faz a pressão, eu acho que nós não podemos partir de uma falsa discussão. Agora, é um Projeto sério, é um Projeto que tem de ser votado, Ver. Brasinha, e vou dizer por quê. Nós aprovamos nesta Casa o Projeto do Ver. Sebastião Melo em relação às carroças, e não é justo que agora não tenhamos políticas públicas, que é o que falta, principalmente, em relação ao lixo, à coleta seletiva e a toda a problemática que nós estamos discutindo. Sou favorável à votação, acho que é honrável votarmos este Projeto agora, e cabe, sim, a questão da urgência, assim como aceitamos na questão do Estaleiro. Acho que não é tanto um lado, nem o outro; temos que aprovar, e faço um apelo à Bancada do PTB para que se sensibilize e mude fraternalmente a sua opinião. Muito obrigada.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Verª Margarete, quero dizer para a senhora... Acho estranho, sabe por quê? Não é por ser da oposição. O Ver. Todeschini nunca quer o art. 81, e por que ele, simplesmente, pediu o art. 81? Isso não acho certo, um Vereador que é contra e, imediatamente, pede. Por que, Vereador? O senhor deve explicar aqui nesta tribuna. Obrigado, senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Alceu Brasinha.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 118/08.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos acompanha pelo Canal 16: antes de entrar no mérito do Projeto, eu queria, meu nobre colega Brasinha, dizer que, se V. Exª sentar ali ao lado daquela senhora, a Dona Marli, vai saber dela exatamente o porquê da grande pressa e da importância do Projeto. Através desta cidadã, que coordena um dos galpões de reciclagem, que emprega dezenas de jovens - e é um dos grandes problemas desta Cidade a falta de emprego -, vamos perceber que, infelizmente, o Governo não tirou como prioridade a questão da reciclagem; até porque o Governo deveria trazer para o conjunto da Casa um programa específico, porque pretende eliminar as carroças, por exemplo, e não diz como. Não diz como esses cidadãos vão sobreviver, retirando as carroças da Cidade, e não há um programa específico para reciclagem, aumentando os galpões, o que compromete aqueles que, de fato, não fazem a separação, e chega lá na ponta com inúmeros problemas, porque vem tudo para um lugar só, ou de uma forma só, não é Todeschini?

Por essas razões o Projeto do Ver. Todeschini, que pede o art. 81, Regime de Urgência urgentíssima, tem seus méritos, sim. E acredito que tem que ser votado este ano, porque, se esperarmos passar pelas seis Comissões que há nesta Casa, vai demorar, no mínimo, seis meses, só votaremos no ano que vem, e é de extrema importância que se vote o Projeto este ano, por isso a urgência urgentíssima.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um parte?

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Ver. Brasinha, com certeza, dou-lhe o aparte, para que possam ser convencidos da importância da aprovação, seja hoje ou seja na próxima Sessão, mas que se vote neste ano o Projeto, que é de tamanha importância.

 

O Sr. Alceu Brasinha: Ver. Oliboni, pela admiração que eu tenho pelo senhor e, mais ainda, como diz o Ver. Todeschini, “o que mais me chamou a atenção”, o que eu estranhei, foi porque o Ver. Todeschini nunca gostou do art. 81. Se fosse o senhor ou qualquer outro Vereador que pedisse esse art. 81, eu não estranharia, porque todos nós já pedimos, mas o Ver. Todeschini eu estranhei. Não é que eu seja contra, jamais. Eu votei contra o Projeto das carroças, porque quero ver o cidadão trabalhando; se ele tivesse um equipamento pronto para desde já trabalhar, daí eu votaria a favor.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Na realidade, nós, o Ver. Brasinha e este Vereador aqui também, votamos favoráveis aos carroceiros; nós votamos contra o Projeto apresentado aqui na Casa, porque achamos, sim, que tem que dar uma organizada nisso tudo, até sugerimos aqui o adiamento, para que pudéssemos conversar melhor sobre isso, para que pudéssemos discutir melhor isso aí, porque temos interesse também, mas queremos chegar a um acordo.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Obrigado, Vereador.

Então, Ver. Todeschini, temos aí a possibilidade de trazer não só o Brasinha, o Nilo, mas o PTB votando conosco neste Projeto, até porque, se fôssemos no mérito, quem teria que dar explicação para nós, Todeschini, é o Líder do Governo, o Ver. Professor Garcia, porque toda semana tem art. 81 aqui do Executivo, toda semana, o Executivo quer votar Projeto de urgência urgentíssima, e a grande maioria é favorável, porque se trata de um assunto de extrema importância para a Cidade.

Por essa razão, para concluir, nobre Presidente: acredito que este Projeto tem muitos méritos, tenho certeza absoluta de que a Casa vai se sensibilizar e votá-lo neste ano. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLL n° 118/08.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, aqueles que nos assistem e também as lideranças que trabalham na reciclagem, na geração de renda, que são pessoas pioneiras, que se destacam não só em Porto Alegre, porque isso fez escola para o Brasil, está aí o pioneirismo do Irmão Antônio Cechin, está aí o Sr. Antônio Carbonero, está aí a Áurea, estão aí a Marli e suas filhas, estão os companheiros das ilhas, o Leonel, da CUT, companheiro da ilha, desculpem-me os demais se não lembro agora.

Fizemos este Projeto baseado em alguns empreendimentos importantes para a Cidade, como, por exemplo, o Shopping Total, que teve um condicionante na elaboração da licença ambiental: os resíduos por ele produzido deveriam ser destinados aos galpões de reciclagem. Pergunto: isso está sendo cumprido? Não. E estão aí todos os membros e representantes dos galpões oficiais. Não está sendo cumprida a cláusula do licenciamento ambiental do Shopping Total.

Pois bem, temos inúmeros outros grandes empreendimentos, e um foi inaugurado na semana passada: o BarraShoppingSul, onde estiveram cem mil pessoas no domingo visitando. Para onde estão indo os resíduos gerados pelo BarraShoppingSul? Não se sabe. Então, nós fizemos esse esforço de produzir uma lei, de instituir uma lei, através da criação de um programa, para garantir que os equipamentos públicos, sejam eles privados, particulares ou públicos de Porto Alegre, tenham a obrigação por lei de destinar o resíduo aos galpões oficiais da cidade de Porto Alegre. Isso está corroborado por um Decreto do Presidente Lula, que obriga as empresas estatais a destinar os resíduos para os recicladores de Porto Alegre. Eu sei, por exemplo, que a Infraero destina aproximadamente meia tonelada de papel e de outros materiais, por dia, para a reciclagem. E nós temos um potencial extraordinário, porque estão para se licenciar, fora os empreendimentos do Grêmio e Internacional, mais onze shopping centers na cidade de Porto Alegre, que poderão e deverão, a partir da lei, destinar todos os resíduos aos galpões de reciclagem.

Nós tivemos ainda neste ano - contra o nosso voto, é bem verdade - aprovada nesta Casa a lei que proíbe carroceiros e carrinheiros de circularem pelas ruas de Porto Alegre nos próximos oito anos, num cronograma distribuído. Pois bem, essa é uma medida que vem para suprir as lacunas que não foram respondidas pela lei que retira as carroças e os carrinhos da cidade de Porto Alegre, porque todos são recicladores. A lei prevê também a coleta, o armazenamento e a destinação não só dos resíduos sólidos, mas também dos óleos recicláveis, que são importantes, e já há iniciativas por parte da Administração. E agora será instituído em lei. Então, o Projeto se complementa.

Eu quero dizer mais para aqueles que questionam a urgência: se verificarmos as datas do processo, veremos que o Projeto foi protocolado em 06 de maio. Ele tramitou, passou pela CCJ e ficou muito tempo parado em alguns lugares, inexplicavelmente. Então tem responsabilidade, sim. Por que pedimos Regime de Urgência? Para que esse debate venha a público e para que se possa aprovar o Projeto antes do final do ano. Afinal, Ver. Alceu Brasinha, Regime de Urgência não é bom só para os ricos. (Manifestação das galerias.) Regime de Urgência tem que servir para os pobres também, tem que servir para o meio ambiente, tem que servir para aqueles que precisam disso para sobreviver. Por isso pedimos Regime de Urgência, ele tramita desde 06 de maio e ficou parado. Está no DMLU há quarenta dias, para que venha o retorno em diligência. E não veio nada até agora.

Pois bem, nós damos acordo aqui à proposição do Ver. Beto Moesch, para que se produzam ajustes, a fim de que o Projeto atenda ao interesse maior da Cidade, concedendo o adiamento por uma Sessão, para que possamos aperfeiçoá-lo, porque é o interesse da Cidade e principalmente dessas pessoas que aqui estão - da reciclagem depende a sua sobrevivência, a garantia da renda e a sobrevivência das suas famílias. O mais importante é isso, e nós vamos trabalhar pela aprovação, combinando e acolhendo todas as contribuições. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Carlos Todeschini.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLL nº 118/08.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadores e Vereadoras, pessoas que nos acompanham, pessoas que trabalham exatamente com este assunto que nós estamos aqui debatendo: eu estava lendo agora o Projeto do Ver. Todeschini e quero dizer que se trata, realmente, de um Projeto muito interessante, com muito conteúdo, e, rigorosamente, deveria ser um Projeto encaminhado à Câmara pelo Executivo Municipal, pois, além de organizar a atividade, ele é muito bom para a Cidade nos aspectos de limpeza em geral, de não-agressão à estrutura da Cidade, como rede de esgoto pluvial e assim por diante. Portanto, este é, de fato, um Projeto de interesse da Cidade, é um Projeto também de interesse das pessoas e organizações que trabalham com material reciclado.

E sabe-se que hoje, no mundo inteiro, o aspecto dos resíduos sólidos tem que ter a abordagem da redução da produção de lixo, mas também o trabalho de redução e de encaminhamento do lixo reciclado, do lixo sólido. E o Brasil, de uma forma surpreendente, é o País que mais recicla alguns materiais. Mas isso não acontece por medidas governamentais, acontece muito mais pela iniciativa das pessoas, de associações, de cooperativas, pessoas que decidiram trabalhar nesse caminho, dando renda a um grupo de pessoas de baixa escolaridade, que tem muita dificuldade em encontrar outro tipo de emprego, e, como conseqüência, isso termina protegendo o nosso meio ambiente, deixando de poluir muito as nossas cidades, os nossos arroios, o meio ambiente em seu todo.

Portanto, o Projeto, no seu mérito, é muito bom. E o debate é se deve ser usado ou não o art. 81, que apressa o Projeto, quando ele está há mais de trinta dias na Cidade. Esse Vereador, que neste momento tem poucos Projetos em tramitação, foi um dos que sempre foram muito econômicos no uso do art. 81. Agora, se por um lado o Ver. Brasinha quer colocar o Ver.Todeschini numa contradição, a gente também pode dizer que o Ver. Brasinha pode estar nessa mesma contradição. Fica a desconfiança de que ele usa, no seu Projeto e em outros, o art. 81 quando a matéria é de interesse de gente rica, muito endinheirada e poderosa, e se queixa do Ver. Carlos Todeschini quando o Projeto se dirige à Cidade e às pessoas de poder aquisitivo muito pequeno. Eu posso pensar da mesma forma, Ver. Alceu Brasinha. E V. Exª aqui comemorou, abraçou - há fotos no site aqui da Câmara - os empresários aqui desse lado. E agora fica questionando o art. 81, quando a matéria diz respeito às pessoas que trabalham com gente pobre na Cidade. Se poderia haver contradição do Ver. Carlos Todeschini, há uma maior de Vossa Excelência.

Então, nesse caso, eu acho que é um Projeto muito bom, eu não o tinha lido ainda, Ver. Carlos Todeschini, quero cumprimentar V. Exª pelo conteúdo. Com certeza, houve muita colaboração das pessoas que trabalham nesse campo, é um Projeto que interessa à Cidade, interessa às pessoas. Portanto, há uma discussão de, talvez, protelar por algumas Sessões a votação, mas que não seja muito longo esse protelamento, porque, de fato, tem conteúdo o Projeto, ele é bom para as pessoas, para as associações que trabalham com isso e é bom - repito - para a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Guilherme Barbosa.

Em votação o Requerimento que solicita o adiamento da discussão do PLL nº 118/08 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Solicito que o Ver. Carlos Todeschini assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Vamos ao próximo tema.

 

O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Eu estava inscrito para falar sobre o Projeto anterior, e o Presidente disse que estavam mantidas as inscrições...

 

O SR. ALCEU BRASINHA (Questão de Ordem): Ver. Todeschini, eu também estava inscrito por cedência de tempo da Verª Maria Luiza, eu gostaria de discutir a matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A assessoria me instrui de que estão garantidas as inscrições, mas para continuidade do debate na próxima Sessão. O Requerimento tem precedência e susta o debate no momento.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Penso que houve uma falha sua. Vossa Excelência, como autor do Projeto, deveria deixar que o discutíssemos, Vereador.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Não, essa é matéria vencida, infelizmente não é possível retornar.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2380/08 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 076/08, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que institui o Sabiá-Laranjeira – “Turdus rufiventris” – como Pássaro Símbolo do Município de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Mauro Zacher: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 13-08-08.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em discussão o PLL nº 076/08. (Pausa.) O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 076/08.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; nós passamos agora a discutir um assunto que faz parte da cultura brasileira, porque as nossas aves têm um privilégio fantástico: o seu conjunto é algo inigualável no mundo inteiro. Os países frios não apresentam essa maravilha, o privilégio de ter uma variedade fantástica de espécies que, além de voar, além de enfeitar a nossa flora, a nossa fauna, também, através do seu canto, realizam uma das mais melodiosas e mais importantes formas de manifestação sonora e canora.

E Porto Alegre, não tenho dúvida, aguarda sempre, com grande expectativa, o mês de julho, porque, a partir da madrugada, a partir da alvorada, é acordada por uma das mais encantadoras formas de expressão da nossa fauna. Eu me refiro ao Turdus rufiventris, vulgo sabiá, ave tão importante na nossa história, aparece na poesia de Gonçalves Dias, que, na Europa, lembrou das “nossas palmeiras, onde canta o sabiá”. E aí, então, nós vemos que a ave passa a ocupar lugar não só de uma forma poética, mas também o sabiá-laranjeira passa a ser, no Brasil, a ave-símbolo, pela beleza do canto, pela domesticidade, pela amizade do ser humano com o sabiá, pela sua proliferação linda. Cada um de nós tem, muito próximo de nossas residências, a constatação do que eu estou dizendo, da chegada e da alegria dos sabiás a partir do mês de julho, agosto, setembro, outubro, até o fim de novembro, até a chegada do verão, quando, então, eles começam a diminuir seu canto, que também é de estabelecimento de território e de proteção aos seus filhotes. Pois é exatamente assim que eles se multiplicam, exatamente assim que eles mostram a sua forma de relação entre as aves, mas também entre as aves e o ser humano. É a isso que eu me refiro, à chegada do final do inverno, no mês de agosto, os gravadores em Porto Alegre começam a gravar, para as épocas que eles não cantam, esse canto extraordinário do sabiá.

Pois o sabiá para Chico Buarque, por exemplo, foi transformado em “uma sabiá”, para disfarçar a volta dos exilados. E, de Gonçalves Dias, "Minha terra tem palmeiras, onde canta o Sabiá; as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá”, passa a ser mais do que isso: “Sabiá” é a grande vencedora, em 1968, do festival da música popular mundial, o Festival Internacional da Canção no Rio de Janeiro A canção “Sabiá” era para disfarçar a volta, queriam se referir à volta, era uma canção revolucionária de Tom Jobim e Chico Buarque, e o País inteiro hoje se enternece ouvindo uma das obras-primas da música popular brasileira, que é a canção “Sabiá”.

Porto Alegre se manifesta de várias formas - através da sua bandeira, por exemplo -, mas acho que ainda falta um hino para Porto Alegre, que poderia ser, por exemplo, a canção de Cleiton e Kledir: “Deu pra ti, baixo astral, vou pra Porto Alegre, tchau”. Agora, se vocês, Vereadores de Porto Alegre, aprovarem, V. Exas terão uma ave-símbolo da Cidade, além desta bandeira e deste brasão lindíssimo de Porto Alegre, da “mui leal e valerosa”. Nós queremos fazer com que o sabiá seja a nossa ave-símbolo, pela sua beleza, pelo encantamento da sua presença e por ser uma ave canora e não-predadora. É isso que nos encanta nas relações com aves tão delicadas, tão formosas e tão inteligentes. Pois esse enfeite tão maravilhoso existe graças a Deus, graças à nossa localização geográfica. Gostaria de falar mais uma hora sobre esse assunto, que me enternece, que me comove e faz com que tenhamos hoje um dia histórico para a Cidade, porque mais um símbolo está sendo criado, o do sabiá. O sabiá do papo amarelo macho e fêmea e a sua família merecem ser o símbolo da Cidade. A espécie Turdus rufiventris tem o abdome quase avermelhado, o sabiá amarelo, que é o laranjeira, é indiscutivelmente, com todo o merecimento, a ave-símbolo - acho que isso é uma unanimidade entre os Vereadores.

Muito obrigado pela atenção de vocês.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLL nº 076/08.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Excelentíssimo Sr. Presidente Carlos Todeschini, com todo o respeito ao Ver. Claudio Sebenelo, reconhecendo as boas intenções poéticas do seu Projeto, acho que é uma discussão de fundo que merece uma análise um pouquinho mais detalhada. Acho que não é real, Ver. Brasinha, que agente pretenda, por exemplo, a homogeneização de uma Cidade, da vida ou das pessoas. Não existe uma identidade única, nem para uma cidade, nem para um bairro, nem para uma comunidade, nem para uma família. Porto Alegre é uma Cidade plural e acolhedora, 24 etnias compõem a cidade de Porto Alegre.

No caso dos pássaros, são animais magníficos, maravilhosos, inclusive o sabiá. Poderíamos citar o beija-flor, o quero-quero, que fazem parte, e muito, do cancioneiro gaúcho, que é identificado com o pampa, com os gramados, Ver. Elói. Os quero-queros colocam os ninhos num lugar e cantam no outro, eles defendem seus filhos, cuidam da segurança dos seus ninhos. O “Tico-Tico no Fubá”, por exemplo, foi cantado em prosa e em verso. Também existem os canários, nenhum é melhor do que o outro. A pomba, apesar de todas as doenças que ela transmite, conforme foi colocado pelo Ver. Todeschini, é o símbolo da paz. Eu me lembro que, na morte de Tancredo Neves, quando a Fafá de Belém cantou, ou nos comícios das Diretas Já, a figura da pomba tinha uma ligação direta. Eu também acho, desculpe-me, Ver. Sebenelo, que é uma competição desnecessária escolher a singularidade - tem que ser o melhor, o mais bonito, o único... Não existe só uma ave ou um pássaro que simbolize Porto Alegre. Existem muitas, e eu acho que é importante conviver e elogiar a riqueza da pluralidade das aves e dos pássaros. Porto Alegre é a cidade das árvores, é a Cidade mais arborizada; há pássaros dos mais ao menos exuberantes. Todos são bens do planeta Terra, e nós devemos protegê-los, devemos proteger todas as espécies.

Uma vez o companheiro Gregol - que não é mais do PT, mas na época era - e o Gert defendiam, nesta Casa, a ecologia e todo este mundo. Ele apresentou um Projeto semelhante e não foi bem visto pela imprensa. Nós não temos medo da imprensa, eu não estou falando por isso; nós achamos que é um Projeto de boas intenções, Ver. Sebenelo, que nós respeitamos, mas que é equivocado. Esta Casa não tem o direito de escolher. Eu não me sinto no direito de escolher uma ave, um pássaro apenas, que possa simbolizar a diversidade ecológica, cultural e ambiental de Porto Alegre. Nesse sentido, eu gostaria de dizer que a Bancada do Partido dos Trabalhadores vai se abster deste Projeto, porque acreditamos que se trata de um grande equívoco. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Apregoamos o Memorando nº 060/08, do Ver. Adeli Sell, que solicita que seja analisada a possibilidade de representação da Casa na Reunião - jantar anual - da ABIH, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Sul, que acontecerá no dia 27 de novembro em Torres, para cumprir a sua tradicional solenidade de reconhecimento dos partícipes no processo de desenvolvimento do turismo do Estado do Rio Grande do Sul.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Ver. Todeschini, em vista do pronunciamento da Verª Margarete Moraes, representando uma Bancada tão expressiva como a Bancada do Partido dos Trabalhadores, este Vereador, como autor do Projeto, não gostaria de receber nove abstenções. Eu acho extremamente justa a colocação de que ele deve ser mais debatido, e requeiro o adiamento, por duas Sessões, da discussão do PLL nº 076/08.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Alceu Brasinha, o Requerimento de autoria do Ver. Claudio Sebenelo. (Pausa.) (Após apuração nominal.) Há dezessete Vereadores presentes. Não há quórum.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Só para registrar a minha posição, porque o painel não funcionou, Vereador. Eu estava no Plenário. Sei que não é culpa do senhor, mas deve ter havido algum problema técnico. Voto pelo “sim”.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O.k.! Foi feito o registro. Encerrada a Ordem do Dia.

O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o que me traz a esta tribuna é um assunto que está tomando conta do País, ligado ao esporte e ao futebol. Venho aqui para fazer uma defesa intransigente de um gaúcho de caráter ilibado, comportado, competente, chamado Carlos Simon. É um orgulho para nós gaúchos termos um cidadão no esporte como o Carlos Simon. E agora mais pelo fato de o Carlos Simon se transformar no único árbitro brasileiro que vai apitar pela terceira vez a Copa do Mundo. Nunca aconteceu isto: três Copas consecutivas. Atualmente há um movimento no Rio de Janeiro, localizado no Flamengo, tentando desestabilizar, desmoralizar o cidadão profissional Carlos Simon, gaúcho, repito, competente. E não dá para aceitar isso passivamente.

Eu nunca falo aqui de futebol, de esportes, embora seja ligado a esse segmento, mas o que estão tentando fazer, justificar uma desclassificação, tentando ir à FIFA para tirar o Carlos Simon da Copa do Mundo... Isso é brincadeira do Sr. Kleber Leite, do Flamengo; um cidadão que já esteve nos dois lados: foi repórter esportivo, foi empresário do futebol e agora dirigente do Flamengo. Está justificando o seu fracasso como dirigente tentando fazer uma campanha nacional contra um gaúcho. É sempre assim. Eles não aceitavam o Felipão. O Felipão foi lá e foi campeão. Eles não aceitam o Dunga. Dias atrás, houve um programa inteiro querendo tirar o Dunga da Seleção. Eles não aceitavam a Daiane dos Santos, eles não aceitavam o João Derly. Então eles têm uma resistência contra a gauchada. Agora, essa é uma trincheira boa para nós, pois nós todos conhecemos, sabemos quem é Carlos Simon, o cidadão que ele é, o que ele representa para a nossa sociedade, como ele divulga Porto Alegre e o Estado por meio do seu trabalho.

Portanto, não é justo, porque errar todo mundo erra, em todas as profissões. Se houve erro dele, está bom, é humano, somos passíveis de erro. Agora, o que não pode é querer jogar nas costas de um cidadão de bem, de conduta ilibada, sério - tanto, repito, que vai para a terceira Copa do Mundo consecutiva - uma campanha sórdida dessas por um dos dirigentes do futebol carioca chamado Kléber Leite, tentando desmoralizá-lo.

Tenho a impressão de que essa nota levada à FIFA vai para a cesta de lixo do Joseph Blatter, Presidente da entidade. Agora, não dá para deixar correr solto. Já foi contra o Felipão, já foi contra o Dunga, já foi contra a Daiane, hoje é contra o Carlos Simon, e amanhã será o próximo, depois o próximo e depois o próximo, Ver. Professor Garcia, V. Exª sabe disso.

Então, vim aqui fazer esse registro e pedir o apoio dos companheiros Vereadores e das companheiras Vereadoras para que possamos fazer essa defesa. Vou repetir: todos erram; agora, querer comunicar a FIFA, tirar da Copa do Mundo, tirar do quadro da FIFA... Isso aí não vai, isso aí é um mis en cène, tentando pressão, para justificar para a grande torcida flamenguista no País todo esse fracasso de não ser campeão e de poder, quem sabe, disputar ainda uma Libertadores. Venho aqui fazer essa defesa do amigo, do árbitro, do pai de família, do cidadão, do profissional Carlos Eugênio Simon. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Carlos Todeschini, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero comentar sobre o Projeto do Ver. Sebenelo. Como eu vou ficar agora com mais um símbolo? Nós já temos o símbolo do Laçador, nós temos o símbolo do pôr-do-sol e, agora, como é que vamos dar esse título ao sabiá-laranjeira, Vereador? Como ele vai saber que foi homenageado nesta Câmara, que é um símbolo? Vereador, temos o tucano, aliás, o tucano é do seu Partido, é uma ave bonita. Há o joão-de-barro, que faz as casinhas. Que coisa mais linda, Vereador!

Eu fiquei, meu, assim. Eu quero ficar com o discurso da Verª Margarete Moraes, porque estou pensando como vamos denominar o símbolo dos pássaros. Eu conheço o sabiá-laranjeira, o sabiá-pitanga, o sabiá-guabiroba, todos os sabiás, porque sou lá do meio da roça, lá do meio do mato, conheço todos os passarinhos, até o canto dos passarinhos, e existe outro, o Saci, que também faz parte lá do Internacional. E, aí, como vamos homenagear o sabiá-laranjeira?

Mas eu quero dizer aos irmãos Vereadores que nós, agora, podemos demonstrar grandeza, ajudando os nossos irmãos, os nossos vizinhos, que estão passando por uma verdadeira loucura em Santa Catarina. Com relação a isso nós temos que pedir o apoio dos Vereadores, para fazermos juntos um trabalho e, quem sabe, carregar duas, três, quatro jamantas de mercadorias, levando auxílio àqueles irmãos que estão precisando lá, estão precisando demais. Porque é a coisa mais triste do mundo assistir à televisão e ver aquilo, ver o desespero daquelas pessoas, aquela loucura que está acontecendo, e a gente aqui sem poder fazer nada por eles.

Ver. Adeli, há 36 Vereadores aqui, podemos fazer uma campanha, buscar, e todos, juntos, entregarmos lá mantimentos. Porque lá há verdadeiros irmãos, que estão passando a maior dificuldade. É terrível morar na rua, é terrível passar os dias frios na chuva. Eu já passei pelo que esses irmãos estão passando lá. Imaginem o que eles devem estar passando: têm o seu lar, têm a sua família, têm as coisas dentro de casa e, daqui um minuto, ficam sem nada dentro de casa! Isso sim, isso me dói. E eu quero ser solidário com esses irmãos, solidário mesmo; da minha parte, eu farei qualquer coisa para ajudar e estarei já à disposição, a partir de hoje, buscando atitudes com os meus amigos, os pequenos empresários, com quem tenho uma amizade.

E quem sabe nós lideramos uma campanha aqui no Estado, no Município de Porto Alegre, buscando alguma alternativa para esses irmãos? Eu sei que não vai resolver o problema, mas ameniza. Estamos aqui dentro desta Casa, temos a casa em que moramos, não há problema, mas imaginem um rio passando, com toda a força da natureza, em frente de sua casa e levando tudo por água abaixo! O problema é sério. Então, eu faço este convite aos Srs. Vereadores: se quiserem se unir a este Vereador, para fazermos aqui uma campanha em busca de alimento, calçado, agasalho e levarmos aos nossos irmãos lá, eu já tenho até uma transportadora que faz esse transporte de graça. Mas isso só pode acontecer se nos unirmos e fizermos isso juntos. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; colegas Vereadores e Vereadoras, agradeço à minha Líder pela responsabilidade de falar em nome do PT nesta tarde. Ver. Zé Valdir, o árbitro, o apito, a decisão, a marcação são atos instantâneos, em segundos, em milésimos de segundos, uma pessoa tem que tomar uma decisão. Carlos Eugênio Simon tem uma biografia, uma história neste Estado que nós temos que louvar. E não serão interesses mesquinhos, incongruências, incapacidade administrativa, rolos no futebol que vão manchar essa biografia. Portanto, Ver. Bosco, nós estamos juntos nessa peleia.

E quero aproveitar este espaço de Liderança do Partido dos Trabalhadores, Verª Margarete Moraes, para dizer aqui que o dia 22 de novembro é o Dia do Reciclador e da Reciclagem. Depois que eu apresentei esse Projeto de Lei e que ele se tornou lei, houve sempre um evento no DMLU, houve sempre algum tipo de lembrança, algum tipo de atividade, de festa, inclusive, no ano passado, eu estive presente. E este ano - é bom lembrar, ano eleitoral, mas é pós-eleitoral - não houve qualquer evento. A reciclagem, a coleta seletiva têm muitos problemas. Não estou debitando ao atual gestor, o Sr. Mário Moncks. Estou levantando isso como uma questão do Governo Fogaça, porque, antes de o Mário Moncks assumir o DMLU, nós tivemos duas gestões...sem comentários, porque aqui já se comentou demais o assunto, nós ainda haveremos de ouvir falar dessas gestões. Mas eu quero cobrar que esta Cidade tem lei, que esta Cidade tem calendário, e nós precisamos incentivar essa questão da coleta seletiva.

Nós discutimos várias vezes aqui... Inclusive, quanto aos resíduos sólidos daqui, tal qual a decisão do Governo Lula, nós iríamos fazer também a repassada, em rodízio, para os catorze galpões de reciclagem, mas não foi feito até agora. E eu cobro isso da Mesa Diretora, assim como cobro do DMLU os horários da coleta seletiva, que não estão sendo cumpridos, que não estão sendo feitos, que deveriam ser feitos, porque esta Cidade já foi um exemplo na questão da sustentabilidade, da coleta seletiva, da reciclagem e de um conjunto de atividades que criaram vários e vários galpões, portanto essa é mais uma cobrança que eu deixo aqui.

Também quero cobrar os Pedidos de Informações e os Pedidos de Providências, porque não tivemos retorno, e eu digo e falo pelos meus colegas da Bancada do PT: nós vamos cobrar todos! Todos! E quero dizer que o nosso Regimento Interno e a Lei Orgânica nos garantem ir ao Ministério Público. E nós iremos, porque, por exemplo, eu quero saber -afinal de contas, perguntar não ofende, meu caro Elói Guimarães - por que não se dá o retorno sobre o Funmercado.

Tem mais: eu quero pedir as fitas das últimas reuniões, porque eu, por ter feito algumas exigências, fui citado numa reunião e não sei por que razão. Por que, afinal de contas, Vereador que cobra, Vereador que faz o seu papel é questionado? Eu acho que a gente deveria ser louvado por acompanhar as coisas da Administração Pública.

Vou aproveitar também para cobrar a situação do Mercado Público Central. A Cooperativa que lá trabalha tem feito um trabalho de quinta categoria. Está sujo o local, o prazo já passou, e não se fez nova licitação. Para não falar do entorno, que é uma situação dramática e desastrosa da atual Administração!

Cobrar, fiscalizar, antes até de fazer novas leis, é o papel do Vereador, é o que estamos fazendo. E falamos pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, com orgulho. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Ver. Todeschini, presidindo a nossa Sessão de hoje, nobres colegas Vereadores e Vereadoras, são tantos assuntos para abordar que até fica difícil saber qual é o mais importante nesta hora. Quero novamente referendar aqui uma vitória que eu acho que foi uma vitória do Legislativo, que anda tão por baixo ultimamente, tão criticado, tão vazio, devido às Medidas Provisórias que proliferam a cada dia, a cada hora - aliás, pela primeira vez, devolveram uma, por ser urgentíssima demais, no Congresso Nacional. Quero dizer que conseguimos vencer aqui a Lei dos Capacetes, polêmica; mas vencemos no Tribunal Superior do Estado por vinte e cinco a zero; agora, é o mérito que foi julgado. É uma lei audaciosa que Porto Alegre consegue colocar para ajudar - claro, ela não foi colocada para resolver - na Segurança Pública.

Acompanhando atentamente o que aconteceu no Estado vizinho, em Florianópolis, em Blumenau, naquelas redondezas, o que ressalta são dois aspectos: a solidariedade do povo brasileiro e a solidariedade dos Estados vizinhos. Vemos embarcar ajuda àqueles irmãos do Estado de Santa Catarina, que enfrenta uma inundação histórica. Não sei se em Porto Alegre não aconteceria a mesma coisa se tivéssemos uma queda pluviométrica como houve em um, dois dias em Santa Catarina. Em dois dias, em 48 horas, quadruplicou a queda pluviométrica máxima de um mês. Não sei se em outras Capitais deste Brasil não aconteceria o mesmo ou mais. O fato nos preocupa, porque aprendi que administrar não é só consertar o que acontece; administrar também é prever o que pode acontecer - são obras de infra-estrutura, são obras de limpeza de bueiros, são microbacias de retenção da água da chuva, que não custa nada para o Poder Público.

Quando acontece o que está acontecendo lá, onde famílias - principalmente as mais necessitadas -, de uma hora para outra, ficam sem nada, apenas com a responsabilidade de começar tudo para seus filhos, seus netos, seus parentes, todo auxílio ajuda. Acho que a solidariedade teria que partir desta Câmara também, Sr. Presidente, neste momento - ao menos fazermos um gesto de uma mão amiga, de um braço forte -, para aqueles que estão lá tão necessitados.

Eu, um pouquinho, também, vejo com tristeza que o nosso Poder Central Federal, que tem uma arrecadação imensa de impostos, um baú cheio de dinheiro, despejando dinheiro para bancos, para tudo que é lado, não se manifestou de pronto naquela área, não está socorrendo de pronto, porque agora não é só a questão da moradia, agora é saúde, é segurança, é uma série de coisas que têm que ser implementadas naquela região. Temos que recuperar. Talvez seja o mister mais incisivo neste momento nacional ajudar aquela comunidade a ter novamente a sua auto-estima. Cada vez que a gente vê na televisão alguém falando que vai recomeçar, chorando mas dizendo que vai recomeçar... Mas, do povo brasileiro, vejo através da televisão a solidariedade. O Governo Federal tem que estar mais presente e não apenas mandar doze cães para farejar mortos. Eu acho que nós temos que partir para um projeto eficiente, com médicos e remédios disponíveis. E não deixar que vendam o pão. E justamente tirando daqueles que perderam tudo. Oh, gente, cadê o nosso senso de humanidade, de solidariedade, num momento desses? E vê-se a ausência daqueles que deveriam estar aportando junto com a desgraça dos nossos irmãos. Mas o brasileiro é formidável, ele não perde a fé, nem a esperança. Deixo aqui a nossa solidariedade aos irmãos de Santa Catarina. Eu acho que uma ação conjunta desta Casa, por mínima que fosse, seria digna de nós, seres humanos, irmãos dos necessitados de Santa Catarina. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, não é o tema, mas eu não vou deixar de dar um recado para o Ver. Ismael: Vereador, V. Exª está achando que o nosso Governo, o meu Governo Lula, vai ser ingênuo de usar manobras regimentais, apesar de democráticas, e paralisar o Brasil? Não é por nada que nós estamos aí com quase 80% de aprovação. O que é isso, Vereador? Calma.

Falando em tentativa de violência, eu quero falar de violências concretas. O dia 25 de novembro - na verdade, não temos nada a comemorar - é o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher. É um dia para as pessoas se lembrarem e se mobilizarem contra essa violência que nos cala tão profundamente. E ele tem um motivo claro, além de tantos milhares; foi aprovado após o assassinato da irmãs Mirabel: Pátria, Minerva e Maria Teresa, assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana. Saibam, senhoras e senhores, que em todo o mundo, tanto nos países pobres como nos países ricos, as mulheres são agredidas, são objeto de tráfico, de violências e de assassinatos. Essas violações dos direitos humanos não só afetam as vítimas como comprometem também o desenvolvimento, a paz e a segurança de sociedades inteiras.

As mulheres estão em risco em todo o mundo, mas as que vivem em zonas onde há conflito armado enfrentam, com certeza, Ver. Dr. Raul, um perigo ainda maior. À medida que os conflitos se tornaram mais complexos, a violência sexual também foi mudando. As mulheres já não estão apenas em perigo durante os períodos de combate; têm a mesma probabilidade de serem violentadas por exércitos, milícias, forças rebeldes, grupos criminosos ou até pela polícia em período de paz.

Não conhecemos o número exato de vítimas, mas sabemos que o número efetivo de casos de violência de gênero é muito superior ao dos casos relatados, e que apenas algumas denúncias resultam na detenção dos responsáveis. Em inúmeros lugares do mundo, o estupro constitui um estigma que leva as mulheres a evitarem recorrer aos tribunais que poderiam protegê-las. Em alguns países, senhoras e senhores, as vítimas são agredidas duas vezes: a primeira, na violência propriamente dita; e, depois, pelo sistema de justiça, inclusive nas delegacias não-especializadas, quando são recebidas por pessoas desqualificas, por pessoas que têm uma visão machista.

Um dos aspectos mais perturbadores é a idade das vítimas, em algumas zonas, por exemplo, como no Haiti, onde impera a violência, 50% das jovens foram violentadas ou foram vítimas de agressões sexuais. Esses exemplos ocorreram em países onde a Organização das Nações Unidas está presente para manter a paz. Imaginem onde não estão! Graça à inovadora Resolução de 1820, adotada pelo Conselho de Segurança em junho, a utilização da violência doméstica, como tática de guerra, é hoje considerada uma ameaça à paz e à segurança internacional. De acordo com a Resolução, as missões de manutenção de paz, em particular aquelas cujo mandato consiste em proteger civis, têm, agora, de incluir a proteção de mulheres e crianças contra todas as formas de violência nos seus relatórios sobre o conflito. Na Resolução de 1820, o Conselho pede que se redobrem os esforços para se aplicar uma política de tolerância zero por membros das pessoas orientadas pela ONU a exportar os países fornecedores de forças militares e de segurança, e obrigam os autores de atos responsáveis a responderem plenamente por esse ato.

Senhoras e senhores, em nível nacional, um número crescente de países cumpre as obrigações que sobre eles recaem no que se refere assegurar a proteção das mulheres através de legislação global, da proteção de melhor serviço às vítimas, do reforço das parcerias e da intensificação dos esforços com o objetivo de levar os homens a participar na procura de solução do problema. Devemos, no entanto, nos alegrar com os progressos alcançados, mas ainda sabemos que há muito a fazer. Temos que nos esforçar por aplicar as leis e combater a impunidade. Temos que lutar contra as atitudes e os comportamentos - começando por nós - que toleram, desculpam ou ignoram a violência contra as mulheres. Temos que aumentar o financiamento dos serviços destinados às vitimas e às sobreviventes.

Eu, o meu Partido e com certeza todas as pessoas de bem comprometidas com essa luta estamos unidos para acabar com a violência contra as mulheres, visando sensibilizar a opinião pública, reforçar a vontade política, aumentar os recursos e criar um ambiente propício. Eu sempre digo, senhoras e senhores, que todos nós temos as nossas vontades, os nossos ideais e os defendemos com todas as forças, mas há um detalhe, e é importante que nos atenhamos a ele: nós temos que ter o vigor, Ver. Brasinha, Ver. Dr. Sebenelo - e o temos em relação a tantos outros aspectos que passam por esta Casa - e não tolerar nem mesmo uma piada que diga respeito a esse tema, seja qual for a violência sofrida pelos seres vivos, pelos seres humanos.

Portanto, a homenagem foi no dia de ontem, mas são 16 anos de ativismo que teremos no nosso cotidiano. É uma luta contra a violência, em especial com relação às mulheres que morrem e que sofrem uma violência que não aparece, que é a violência psíquica - uma dor que dá na alma, que dá no corpo e que muitas vezes não aparece. Vamos continuar com essa luta, com certeza, nos dias que nos restarem, pois essa é uma grande luta, Vereador. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Verª Maristela Maffei.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que acompanha a Sessão, eu creio que é de extrema importância, ao usarmos este espaço da oposição, falar da Audiência Pública que vamos ter amanhã, nesta Casa, às 19 horas, para tratar da vida de muitos cidadãos e cidadãs que trabalham na área da Saúde. Trata-se da continuação ou não do PSF, muito discutido nessa última eleição.

No final do ano termina o contrato que o Governo tem com o Instituto Sollus para o Programa PSF. E o Governo tem duas saídas: ou discute e aprova o Projeto que encaminhou a esta Casa... Um Projeto à meia-boca, eu diria, foi considerado inconstitucional pela Procuradoria desta Casa; veio uma Mensagem Retificativa do Governo muito malfeita, inclusive o Projeto recebeu três Emendas deste Vereador. Portanto, tem que se fazer uma ampla discussão nessa Audiência Pública para saber o que é mais importante, e nós votarmos isso tudo até o final do ano. Se o Governo vai nessa direção, temos que trabalhar em cima do Projeto, da questão da implementação de um novo departamento do PSF dentro da Secretaria da Saúde. Em resumo, é o que propõe o Projeto enviado pelo Governo.

Se nós avaliarmos por outro aspecto, vamos ter outra saída, que seria a renovação do contrato no final do ano para mais um ano ou dois anos e assim por diante. Fato esse que os agentes comunitários e os demais trabalhadores da Saúde, de uma certa forma, repudiam. Nós percebemos que a renovação de contrato por si só não só não garante a continuidade do Programa, como também não garante a estabilidade desses trabalhadores. Se avaliarmos que a Emenda Constitucional 51 garante a absorção ou até mesmo a estabilidade nesse serviço, Dr. Raul, nós teremos a segurança de que esses 350 agentes comunitários, independente da contratante - se for uma ONG, uma autarquia, uma empresa, uma OSCIP, como é o caso do Sollus -, não poderão ser demitidos. E o que aconteceu no último ano? Demitiram vários trabalhadores, principalmente agentes comunitários.

Então, amanhã, às 19 horas, nessa Audiência Pública, que foi solicitada pelo Sindicato dos Agentes Comunitários, nós estaremos discutindo o que o Governo pretende fazer. E o Governo tem de estar representado aqui, sim, para assumir um papel importante, que é o de dizer à sociedade o que quer para o Programa dos PSF em Porto Alegre e de que forma vai resolver essa instabilidade ou esse temor dos agentes, no sentido de dar a eles a garantia de que o Programa de Saúde da Família vai continuar em Porto Alegre, dar segurança a esses trabalhadores, que vêm desenvolvendo um excelente trabalho e que são, sim, merecedores de um contrato, ou até mesmo desse Projeto, mas muito modificado, a fim de garantir suas vidas, garantir estabilidade.

É bom lembrar que esse problema surgiu através de uma grande mobilização dos próprios trabalhadores, que, numa tentativa de acabar com esse Programa, fizeram uma mobilização há dois anos e, através desse movimento, houve inúmeras reuniões nesta Casa, Audiências Públicas tanto aqui como no Ministério Público. E lá no Ministério Público foi assumido pelo Governo Municipal um Termo de Ajuste de Conduta: até maio do ano passado o Governo mandaria um Projeto para esta Casa, entraria em discussão e aprovação, mas, de maio até hoje, passou apenas por uma Comissão, a Comissão de Constituição e Justiça e foi agora neste mês. Então, dá para verificar que, durante todo esse tempo, Ver. Todeschini, o Governo não deu a mínima importância - não deu a mínima importância! E o assunto-chave da campanha foi a duplicação dos PSFs em Porto Alegre, mas até agora, inclusive na Peça Orçamentária, o Governo não diz como vai aumentar as equipes ou duplicar esses serviços. Nós estamos cansados de demagogia, queremos que amanhã, nessa Audiência Pública, o Governo venha aqui, assuma um compromisso político, um compromisso de gestão. Não acreditamos muito que o Governo tenha gestão na Saúde, mas tem, sim, um enorme descaso. E nós percebemos isso pela falta de compromisso que tem com relação à política de Saúde em Porto Alegre.

Por isso hoje fazemos este apelo aqui, para que o Governo Municipal, através da Secretaria da Saúde, assuma claramente o que quer com o Programa de Saúde da Família em Porto Alegre. Nós, todos os Vereadores, estaremos empenhados em apoiar a ampliação dos PSFs, em apoiar os serviços, como também em demonstrar a todos aqueles trabalhadores que queremos que eles tenham os seus trabalhos reconhecidos e, mais do que isso, os seus salários e as suas questões trabalhistas reconhecidas e pagas. Esperamos que aqueles que irão administrar ao longo desses anos assumam um compromisso sério com este Programa e com a cidade de Porto Alegre, porque quem vai ganhar é o cidadão-paciente, que será bem atendido por esses profissionais. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Aldacir Oliboni.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, gostaria de aproveitar a tramitação do Projeto do Ver. Carlos Todeschini para pautar um assunto que, na minha opinião, deveria ser pautado diariamente nesta Casa, por isso a relevância do Projeto. Quero, justamente, aproveitar o tempo de situação nesse sentido.

Porto Alegre é pioneira, assim como o Estado do Rio Grande do Sul, neste tema. Em 1990, num trabalho extraordinário desta Casa, foi aprovado o Código Municipal de Limpeza Urbana, até hoje é referência no mundo como um instrumento de gestão correta, avançada, de resíduos sólidos. Vejam, foi em 1990, nós estamos em 2008, e continua atualíssimo, embora um Projeto que, pelo próprio Departamento de Limpeza Urbana, na gestão passada, que trouxe uma proposta de operação, fizemos um debate na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, temos mais de cinqüenta Emendas - quando digo “nós”, refiro-me à Câmara -, e foi arquivado o Projeto de Lei. Mesmo sendo um Código extraordinário, trata-se de um tema - resíduos - que avança a cada dia, porque temos tecnologias novas, temos culturas novas, temos uma sociedade em Porto Alegre que, historicamente, quer avançar no tema ambiental em todas as suas áreas, seja na biodiversidade, seja com relação a recursos hídricos, seja em relação a resíduos. Nós não podemos jamais, como Câmara de Vereadores, deixar morrer um assunto desses; não que esse assunto esteja morto ou até mesmo adormecido, mas, na minha opinião, falta um debate mais pautado e centrado nesse sentido.

Por isso, estou aproveitando, novamente, o Projeto de Lei do Ver. Carlos Todeschini para pautar esse assunto, até mesmo por ser situação. O Código Municipal de Limpeza Urbana foi feito na Legislatura passada e está arquivado, tem mais de cinqüenta Emendas, contou com a participação do CREA, dos catadores, dos triadores, dos recicladores, da Metroplan, do DMLU; foi um trabalho riquíssimo, Ver. Dr. Raul, da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, na Legislatura passada. Ver. Luiz Braz, V. Exª falava ao Dr. Raul, por exemplo, que nós temos aqui Vereadores altamente capacitados - o Ver. Luiz Braz, por exemplo, na questão tributária; o Ver. João Antonio Dib, na questão previdenciária; Ver. Dr. Raul, Ver. Claudio Sebenelo e outros na questão da Saúde Pública, e nós não aproveitamos isso! Nós nos afundamos, parece que temos ciúmes uns dos outros; parece que, se a proposta é boa, não pode avançar. Pelo contrário, eu me somei a V. Exª, porque ia ser derrotado seu Projeto de Lei. E não poderia, seria um erro, não ao Ver. Carlos Todeschini, mas à cidade de Porto Alegre, que merece e precisa avançar nessa questão de resíduos.

Quero aproveitar o Projeto de Lei e trazer à tona um outro Projeto de Lei que também tramita nesta Casa, que é o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Nós geramos duas mil toneladas/dia na construção civil, sejam em obras públicas ou privadas, e de novecentos a mil/dia em obras domiciliares, são tijolos, paralelepípedos, cimento, ferros, etc., os chamados resíduos inertes, e nós não os reciclamos. Então, se fomos pioneiros e vanguarda, por incrível que pareça, nos resíduos domésticos, e só Curitiba e Porto Alegre trabalham nesse sentido... Em pilhas e baterias somos vanguarda! A própria Câmara tem aqui um entreposto de pilhas e baterias, somos vanguarda, estamos avançando também nas lâmpadas fluorescentes; foi criada uma equipe de resíduos específica na SMAM para traçar políticas. Todo empreendimento licenciado, em Porto Alegre, tem obrigação de dar o destino adequado, de reciclar e diminuir os seus resíduos. Nenhuma cidade do Brasil faz isso, nenhuma! Nenhum órgão ambiental no País tem uma atitude tão completa e responsável para com o licenciado, mas isso é para as licenças ambientais. E naquelas obras que não têm licenciamento, como numa residência, como numa obra que não precise de licença ambiental?

Concluo dizendo, Ver. Claudio Sebenelo, que tanto debateu esse assunto na questão de resíduos, que precisamos avançar e muito nesse tema, porque, senão, não há qualidade de vida. Como sempre tenho dito, Ver. Braz, nós não vamos entrar no séc. XXI, se não avançarmos nessa questão de resíduos, por mais avançados que estejamos. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. Beto Moesch.

O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Vereadores, Vereadoras, aqueles que nos assistem, neste momento de Liderança, venho trazer uma preocupação que já é de muitos anos de quem atua na Saúde Pública, principalmente nas áreas mais pobres, que é o atendimento aos nossos idosos, às pessoas de sessenta anos ou mais, aos nossos portadores de deficiência, que, infelizmente, são em grande número, seja por problema de acidente de trabalho, pelas seqüelas, muitas vezes, ou por lesões congênitas, e nós precisamos, principalmente na rede básica de saúde, ter uma atenção muito especial com essas pessoas. Hoje elas estão junto com todos os outros pacientes na área do atendimento, e precisamos abrir uma outra frente, para trazer um pouco mais de conforto, um pouco mais de qualidade de vida a essas pessoas, que têm uma série de dificuldades, e que o Poder Público, muitas vezes, acaba não conseguindo favorecer como deveria.

Como é que eu vejo isso? Eu acredito não ser mais possível haver filas em postos de saúde, principalmente para pessoas idosas. Então, não dá para a gente se acomodar com algumas situações; por exemplo, nesta semana, atendi uma pessoa com mais de oitenta anos que dormiu em um posto de saúde. Foi numa região da Cidade onde o atendimento vai melhorar muito com a municipalização, porque a região do Murialdo está passando por um período de entendimento entre o Estado e o Município. Mas não é possível que uma pessoa com mais de oitenta anos durma no banco de um posto de saúde para ser atendida, para conseguir uma ficha para o atendimento no dia seguinte. Hoje, na cidade de Porto Alegre, acontece pouco, mas há muita disputa, nos postos de saúde, para os pacientes conseguirem uma ficha, especialmente os idosos.

Nós temos um Projeto de Lei tramitando na Casa e precisamos que seja implantado na cidade de Porto Alegre, pois possibilitará às pessoas idosas e portadoras de deficiência o acesso, por telefone, ao agendamento na rede básica de saúde. Não é um processo difícil de ser implantado, uma vez que já existe o encaminhamento aos especialistas na própria rede básica de saúde; já funciona dessa maneira. Como todas as unidades de saúde têm telefone, bom como a maioria da população de Porto Alegre, essas pessoas poderiam agendar as consultas pelo telefone, assim facilitaremos as suas vidas, seja através do Projeto de Lei de minha autoria, seja através da boa vontade do nosso Secretário Eliseu Santos, implantando esse sistema na rede básica de saúde. Hoje, em Porto Alegre, há de 180 a 200 mil idosos, e precisamos dar um atendimento diferenciado a essas pessoas. Alguns idosos têm plano de saúde ou porque possuem recursos ou porque um filho fez para eles, mas isso representa, no máximo, 20% dos idosos. E sabe-se que, conforme avança a idade, mais caros ficam os planos de saúde e mais pessoas acabam se socorrendo do SUS. Ao longo dos anos, a expectativa de vida da população vem aumentando, hoje é de 74 anos, mas, nos anos 50, era de 40 anos. Cada vez mais nós temos que nos preocupar com nossos idosos, com atitudes que possam facilitar sua vida, sua saúde, porque muitas vezes o rancho do idoso é na farmácia! Então, esta é a consciência que todos nós devemos ter: procurar dar qualidade de vida às pessoas, para que tenhamos uma Saúde muito melhor para todos em nossa Porto Alegre, é o que todos nós queremos, unidos, como Vereadores, como agentes da área da Saúde e como médicos.

Para finalizar, quero dizer do meu apoio total aos agentes de Saúde que estarão aqui amanhã, aos técnicos de enfermagem, aos médicos, que estão sempre trabalhando pelos nossos Programas de Saúde Família. Estamos trabalhando fortemente no sentido de que possamos fazer com que a Cidade avance, através do Projeto já encaminhado pelo Executivo, nos próximos anos. Queremos fazer com que a Cidade, daqui a quatro anos, tenha no mínimo duzentas equipes de Saúde da Família efetivamente implantadas; se possível, um número maior. Saúde para todos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Dr. Raul.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Claudio Sebenelo, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores; do PT, só está aqui o meu amigo Ver. Adeli Sell, mas eu tenho que fazer uma referência ao Partido de V. Exª, Ver. Adeli Sell: quem criou essa cultura de que o que é da oposição tem que ser fulminado, destruído, não tem que ser aceito, nem tem que ser examinado, foi o PT quando esteve na Prefeitura Municipal. Acho que nós não podemos prosseguir assim aqui no nosso Município. É ruim bebermos daquela fonte, que não era muito boa, e tirarmos dali os exemplos de relacionamento aqui no nosso plenário. Quando qualquer Vereador apresenta uma proposição, seja ele da Bancada de oposição ou de situação, temos que analisar a proposta com relação à sua qualidade, ou seja, aquilo que ela vai causar de efeito para a sociedade em geral. Infelizmente, Ver. Claudio Sebenelo, não é assim que acontece. E isso é uma lição que veio lá de trás, da época do PT, mas eu acho que nós não podemos continuar tratando as coisas dessa forma. Acredito que este tipo de discussão - quem é da oposição tem que ser tratado de forma diferente de quem é da situação - é uma coisa que não faz bem à Cidade. As proposições têm que ser tratadas da mesma forma e com a mesma seriedade, venham elas de onde vierem. Se nós pudermos melhorar as proposições - essa é a nossa função -, temos que trabalhar para fazer com que isso realmente aconteça.

Ontem, Ver. Claudio Sebenelo, e V. Exª é médico, sempre cuidou muito bem da área da Saúde aqui no nosso plenário, estive presente na sede do Ministério Público, e lá a Associação Rio-Grandense das Fundações estava oferecendo prêmios a projetos - foram reconhecidos por um júri - que mais se sobressaíram em prol da população em todo o Rio Grande do Sul. E um dos projetos premiados - cinco prêmios foram entregues pela Associação Rio-Grandense das Fundações -, Ver. Beto Moesch, foi o Projeto do Instituto Sollus, tão criticado aqui pela Bancada do PT e por outras Bancadas de oposição, mas que tem gerado no meio da sociedade um reconhecimento por tudo aquilo que representa em termos de progresso no atendimento à saúde.

Muito embora, é claro, nós estejamos ainda muito aquém daquilo que necessitamos fazer para as pessoas, mas fica muito evidente que, se o médico lá no Instituto Sollus recebe praticamente seis mil reais como salário, ele tem que funcionar melhor, ou ele vai conseguir uma estrutura melhor do que o médico do Município, porque aqui no Município o médico está recendo dois mil e poucos reais; pelo Instituto, o médico pode ganhar praticamente seis.

Ver. Beto Moesch, Ver. Adeli Sell, Ver. Márcio Bins Ely, Ver. Claudio Sebenelo, Ver. Alceu Brasinha, não podemos simplesmente por que gostamos ou não do Instituto Sollus analisá-lo de acordo com os nossos interesses pessoais, mas assim estão fazendo as lideranças petistas, estão analisando o Instituto Sollus de acordo com os seus interesses pessoais. Eu acredito que o Instituto Sollus, assim como qualquer instituto que preste serviço ao Município de Porto Alegre, tem que ser analisado de acordo com a sua qualidade, com a sua competência e com aquilo que está trazendo, realmente, de proveito para a população.

Ontem, na sede do Ministério Público, todo o público que estava lá, e o auditório estava repleto, aplaudiu o projeto, que foi premiado e que presta um serviço para Porto Alegre, muito embora não tão reconhecido por causa dos discursos que são contrários, sem levar em consideração aquilo que o Instituto está fazendo. E mais por causa de um problema ideológico, porque havia uma outra agremiação, um outro instituto, que merecia a preferência por parte de alguns Partidos. Eu acho que isso não pode ser tratado assim, porque, afinal de contas, estamos cometendo, dessa forma, um crime contra a população.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver. Luiz Braz.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 6216/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 253/08, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Irmãs Escolares de Nossa Senhora o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Acesso H Três – Loteamento Wenceslau Fontoura –, localizado no Bairro Mário Quintana.

O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.

Estão presentes os Vereadores Márcio Bins Ely, Luiz Braz, Beto Moesch, Adeli Sell e Alceu Brasinha. Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h15min.)

 

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